As entrevistas da ACEO 07: José Francisco Vannucchi – nas listas e associações, uma grande roda de amigos

Na última edição de 2007, a de nº 8, o Boletim ACEO entrevistou José Francisco Vannucchi, vice-presidente do Clube dos Amigos da Orquídea de Vinhedo-Valinhos (CAO-ViVa) e moderador de uma lista de discussão que já reúne mais de 1.600 associados. JF, como é conhecido, falou de sua paixão pelas orquídeas e do entusiasmo pelas associações orquidófilas.

ACEO – Como despertou seu amor pelas orquídeas?

José Francisco Vannucchi – Desde criança gosto de plantas em geral. Minha mãe sempre teve algumas orquídeas, mas ainda não havia em mim o interesse especial por elas. Em 1970, em Catanduva, fui conhecer D. Helena Trica, presidente da associação local, e seu orquidário. Saí encantado e com uma porção de plantas. D. Helena ficou entusiasmada com o novo afilhado e me inscreveu como associado do Círculo Rioclarense de Orquidófilos, para que eu pudesse receber o Boletim do CRO. Em 1971, estando na região de Rio Claro (SP), fui assistir a uma reunião do Círculo Rio-Clarense, quando conheci pessoalmente o Gilberto Dória do Valle, o Prof. Francisco Anaruma e o meu querido amigo Evaldo Wenzel. Em 1972, em São Paulo, ingressei no Círculo Paulista de Orquidófilos, entidade da qual cheguei a ser presidente. Foi no CPO que convivi com grandes orquidófilos do passado, como os saudosos João Vaz da Rocha, Heitor Gloeden, Joaquim Coppio Filho, José dias de Castro, Alfredo Francisco Martinelli, Augusto Fernandes Neves e muitos outros. Vou até parar de citar nomes, pois são muitos e não quero cometer injustiças com omissões, apesar de involuntárias.

ACEO – O que mais admira no meio orquidófilo?

JF – É lógico que o amor e o estudo das orquídeas é importante. Mas o que mais admiro na orquidofilia é a possibilidade de aproximação de pessoas com o mesmo interesse e os fortes laços de amizade que aí se criam.

ACEO – O que tem feito pela orquidofilia no país?

JF – Sou um entusiasta da criação de associações orquidófilas e do contínuo intercâmbio entre elas. Creio que já chegou o momento de criarmos as federações estaduais, que já existem no Sul e, a partir delas, ciarmos uma confederação brasileira, talvez, até, reestruturando a CAOB – Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil, da qual fui vice-presidente. Enfim, precisamos de uma entidade máxima que coordene a orquidofilia brasileira, sem bairrismos, sem regionalismos, sem preocupações com interesses menores. A partir desse momento, poderíamos, entre muitas outras coisas, criar normas e padrões brasileiros de julgamento de orquídeas, com vistas à certificação de plantas, no mesmo nível e aceitação internacional existente em relação aos julgamentos da American Orchid Society e da Japan Orchid Society.

ACEO – Agora, que foi eleito vice-presidente da CAO-ViVa, quais seus planos em relação à orquidofilia em Vinhedo?

JF – Em Vinhedo, o falecimento do Waldyr Foch Endsfeldz, um dos grandes orquidófilos do passado, idealizador e fundador do Clube dos Amigos da Orquídea – Vinhedo e Valinhos, representou uma grande perda. A CAO-ViVa correu sério risco de desaparecer. Mas um grupo entusiasmado tomou a responsabilidade de mantê-la viva, inclusive como forma de homenagem ao próprio Waldyr. Com isso, a associação voltou a crescer. As reuniões são realizadas com regularidade, periodicamente são realizadas palestras, e as exposições estão se superando a cada ano. Nossa luta atual é pela definição de um local definitivo para a sede social.

ACEO – O Sr. é moderador de uma lista de discussão. Quais são as vantagens e desvantagens de dirigi-la?

JF – Na verdade, somos um grupo dirigindo várias listas e nos alternamos entre elas: o Bernardino Damião, de Brasília; a Apolônia Grade, de Mato Grosso; o Luiz Filipe Varella, de Porto Alegre; e eu. A lista Orquídeas-Mundo Orquidófilo, que já tem mais de 1.600 associados, com uma média mensal superior a 2.000 mensagens, é a maior lista mundial de discussão sobre orquídeas, na Internet, em língua portuguesa. Temos associados das três Américas, da Europa, Ásia e África. Naturalmente, a predominância das discussões se dá entre orquidófilos brasileiros. Nosso grupo também mantém listas de discussão sobre bromélias, cactos e suculentas. No total, são seis listas, com mais de 2.500 associados e média mensal de 5.000 mensagens. As vantagens não são minhas ou dos demais moderadores, mas de todos os que participam. Entre elas, a possibilidade de expormos problemas individuais com o cultivo, a classificação de plantas, a obtenção de boas plantas e insumos, além da obtenção ou colocação de conhecimentos generalizados relativos ao cultivo dessas plantas. Além de, evidentemente, possibilitar a formação de uma grande roda de amigos. Quanto às desvantagens… não vejo desvantagens.

2 comentários em “As entrevistas da ACEO 07: José Francisco Vannucchi – nas listas e associações, uma grande roda de amigos”

  1. OI …..Meu nome é Eduardo e sou um novo orquidófilo. Por este motivo gostaria de obter maiores informações sobre como cuidar das minhas orquideas……Também gostaria de ter contato com pessoas que querem trocar mudas e tipos de orquideas para aumentar a coleção.

    Obrigado por tudo!

    Eduardo

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