Ruschi: quando o Cruzado Novo homenageou o senhor das orquídeas e beija-flores

Em 1989, circulou no Brasil uma cédula de 500 Cruzados Novos, na qual se prestava homenagem ao grande naturalista e ecologista brasileiro Augusto Ruschi. Entre os elementos que ilustravam a cédula, o Banco Central incluiu a imagem de uma Cattleya warneri, em alusão direta à contribuição prestada pelo cientista para um melhor conhecimento das orquídeas brasileiras. Da mesma forma, inseriu o desenho de um beija-flor, por ter sido Ruschi um respeitado estudioso dessa ave, reconhecido mundialmente.

O Cruzado Novo (representado por: NCz$) ficou pouco tempo em circulação. Foi implantado a 16 de janeiro de 1989, sendo substituído pelo Cruzeiro já em março de 1990, em consequência da reforma monetária promovida pelo Plano Verão.

JOVEM CIENTISTA

Augusto Ruschi nasceu em Santa Teresa, município da região serrana do Espírito Santo, em 1915, e morreu em Vitória/ES, a 3 de junho de 1986. Desde a infância, ele revelou forte interesse pelas plantas e animais. Aprofundou-se no estudo da Biologia e tornou-se professor titular na Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador do Museu Nacional. Ajudou no combate a pragas na agricultura e na implantação de diversas reservas ecológicas. Também criou duas instituições científicas: o Museu de Biologia Professor Mello Leitão e a Estação de Biologia Marinha Augusto Ruschi. Deixou importante coleção de fotografias e desenhos científicos, além de 400 artigos e 20 livros.

AS ORQUÍDEAS

As orquídeas foram a primeira paixão de Ruschi. Na juventude, ele explorou mais de mil quilômetros quadrados de mata descrevendo, catalogando e classificando exemplares dessa família. Seu primeiro trabalho publicado (com a idade de 15 anos) foi um artigo sobre a descoberta de dois novos gêneros e 19 espécies de orquídeas, trabalho escrito em Latim e com uma metodologia inovadora. Aos 16 anos, passou a trabalhar, como coletor de espécimens, para o Museu Nacional. Aos 19, interessou-se pelos beija-flores, ao descobrir que alguns deles eram responsáveis pela polinização das orquídeas. Aos 22 anos, tornou-se Professor Titular de Botânica na UFRJ.

Dentre as espécies descobertas por Ruschi, estão algumas de grande importância, como a Laelia sincorana (hoje, Cattleya sincorana). Mas, ao homenageá-lo, lembrando essa faceta do cientista, o Banco Central lançou mão de uma imagem da Cattleya warneri, uma das mais representativas da flora orquidófila do Espírito Santo.

DEFENSOR AMBIENTAL

Corajoso na defesa do meio ambiente, Augusto Ruschi envolveu-se em várias disputas com autoridades e grandes empresas, sempre a favor da preservação ambiental. Também foi pioneiro no combate ao desmatamento da Amazônia. Em 1965, em plena ditadura militar, encampou a luta para impedir a concretização de um plano do governo do Espírito Santo para vender madeira de matas nativas e ocupa-las com monoculturas de eucalipto. Condenou os planos oficiais de ocupação da floresta amazônica e falou, em diversos fóruns, a favor dos povos indígenas. Reconhecido como um dos ícones mundiais na proteção ao meio ambiente, em 1994, através de lei federal, lhe foi concedido o título de Patrono da Ecologia no Brasil.

ENCONTRO TRÁGICO

Em 1975, numa viagem ao Amapá, acidentalmente, Ruschi foi envenenado por sapos dendrobatídeos. Teve de ser hospitalizado, emagreceu muito e, pelo resto de sua vida, teria a saúde abalada. Sofria com febres, dores permanentes por todo o corpo, hemorragias e comprometimento do aparelho digestivo. Em 1985, já muito fragilizado por várias malárias e esquistossomoses que contraiu durante as pesquisas de campo, foi acometido de hepatite C. Em janeiro de 1986, após a ineficácia dos tratamentos médicos convencionais, Ruschi se submeteu a um ritual de cura e purificação dirigido pelo cacique Raoni e o pajé Sapaim. Houve melhoras em seu quadro, porém efêmeras, e o estado de saúde continuou agravando-se, até que, a 3 de junho daquele mesmo ano, o grande cientista e cidadão exemplar veio a falecer.

Cultivo de orquídeas sob luz artificial em apartamento: relato de experiência

Texto e fotos: Rafael Barbosa
(Psicólogo e orquidófilo nas horas vagas)

Bancada recebe a luz de refletores led.

Quando fui gentilmente convidado a escrever este artigo, pelo Italo Gurgel, diretor de Comunicação Social da ACEO, aceitei após uma certa dose de resistência e indagações. Me perguntei sobre o tipo de contribuição que poderia oferecer à orquidofilia. Bem, vou seguir pelo caminho da transparência a respeito de minhas experiências de cultivo.

Phalaenopsis, primeira aquisição.

Em 2015, comprei minha primeira orquídea, portanto sou um entusiasta novato. Como muitos, minha primeira orquídea foi um híbrido complexo de Phalaenopsis, daqueles sem identificação. Achei-a em um estande de vendas da conhecida feira da Praça das Flores, em Fortaleza. Fiquei imediatamente encantado pela beleza exótica das flores e do vegetal. Segundo a vendedora, elas não necessitavam de tanta luz quanto muitas plantas de jardim, de sol pleno. Isto encorajou-me a levá-la comigo.

Nessa época eu morava em um apartamento e o único espaço que tinha para cultivar era a janela do meu quarto, voltada para o nascente. Há anos havia abandonado as plantas. Comprei a Phalaenopsis por puro impulso. Fora as dicas bem genéricas da vendedora, não tinha a menor ideia de como cultivá-la. Desse modo, a pesquisa sobre os cuidados começou assim que cheguei à casa. Alguns dias depois, acordei com um delicioso perfume semelhante ao de rosas no quarto. Descobri que a recém-chegada também era perfumada, algo um tanto incomum entre os híbridos complexos de mercado. O universo havia armado uma arapuca para mim; fui fisgado também pelo nariz. A princípio a paixão pelas orquídeas se resumiu às Phalaenopsis sem identificação.

À medida que a paixão pela jardinagem crescia, veio o interesse também por outros gêneros de orquídeas e pelas cattleyas, notadamente mais exigentes com relação à luz. Obtive êxito quando meu primeiro híbrido de Cattleya floriu em meu quarto, mantido bem próximo à janela. Queria adquirir mais cattleyas, no entanto era limitado pelo pouco espaço.

Brassavola Little Stars.

A partir desse desejo, minhas pesquisas me conduziram ao cultivo de orquídeas sob luz artificial, prática relativamente comum nos países de clima temperado, porém pouco difundida no Brasil, principalmente no ensolarado Nordeste. O domínio do inglês foi bastante útil nessas horas. Dediquei-me a assistir a vídeos e ler artigos sobre o tema nas mais variadas plataformas da internet: Youtube, fóruns de discussão e páginas sobre o assunto.

Neste momento preciso registrar minha gratidão à disponibilidade e carinho da Luciana, do canal do Youtube “Luciana RR & As Orquídeas na Janela” (Fonte n. 1). Na época ela era a única brasileira à qual tive acesso que divulgava informações em vídeo sobre este modo de cultivo. Trocamos muitas figurinhas sobre o assunto, uma vez que, além das Phalaenopsis, ela obtinha sucesso no cultivo e floração de híbridos de Vandas. Como estas são mais ávidas por luz que as cattleyas, enchi-me de esperanças.

Primeiro refletor led.

Tentarei ser o mais didático e o menos enfadonho possível, até porque minha formação universitária está a léguas – e das náuticas – da agronomia. Sigo a tradição dos acadêmicos da área de Humanas de patinar na Física e na Matemática, então tive um certo trabalho para relembrar e entender o conhecimento por trás do cultivo sob luz artificial.

As orquídeas, assim como as demais plantas fotossintetizantes, evoluíram para desenvolver-se de modo saudável sob a luz do Sol. Quando comecei a pesquisa sobre o assunto, logo aprendi que a luz tem qualidades que podem variar, e o cultivo sob luz artificial trata-se de proporcionar a quantidade e qualidade de luz que favoreça o desenvolvimento saudável e floração das nossas meninas. Por hoje, gostaria de destacar uma das duas variáveis mais importantes para esta modalidade de cultivo: a intensidade da luz.

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Flora do Cerrado: conhecer para melhor proteger

O Brasil possui a maior biodiversidade do mundo e tipos de vegetação quase exclusivos, como o Cerrado. A sua conservação, porém, esbarra na falta de pesquisas que permitam conciliar a existência e perpetuação das espécies com a exploração racional deste ambiente tão rico em frutas deliciosas como a mangaba, a guabiroba e a cagaita e em plantas medicinais e condimentares.

A flora do Cerrado também é uma das mais belas do mundo. Só que poucos são capazes de reconhecer até mesmo as espécies mais comuns. Este guia apresenta fotos das espécies mais comuns nos cerrados de todo o Brasil, além de textos para auxiliar na identificação das espécies e um panorama geral sobre este ambiente, seus tipos principais, as ameaças e o que pode ser feito para sua conservação. O guia inclui cerca de 600 páginas e mais de 1.400 espécies ilustradas. Tem cerca de 1;400 fotografias coloridas, capa dura, e é impresso em papel couché brilho. Autores: Vinicius Castro Souza, Thiago Bevilacqua Flores, Gabriel Dalla Colletta, Rubens Luiz Gayoso Coelho.

Para mais informações, acesse o site da Editora Taxon: http://www.taxonbrasil.com.br/botanica/guia-das-plantas-do-cerrado

Aí você se informa sobre preço, garantias, formas de pagamento, etc.

Classificação das orquídeas segundo o habitat – Guia para iniciantes

Por: Thiago Leopoldino Ferreira – do site orquideasblog.com

Habitat.

As orquídeas são muito numerosas em nosso planeta.

Com mais de 35.000 espécies e centenas de milhares de híbridos, elas precisam ser organizadas para que consigam ser identificadas facilmente.

Por isso, com o passar dos anos, os orquidófilos e botânicos começaram a classificar as orquídeas de várias maneiras.

Algumas dessas classificações são extremamente simples e qualquer pessoa pode fazer, enquanto, em outros casos, são necessários estudos na genética da planta.

Dentre as principais classificações estão:

  • Gêneros (Phalaenopsis, Cymbidium, Epidendrum, etc)
  • Por habitat (epífitas, litófitas, terrestres, etc)
  • Por tipo de crescimento (simpodial, monopodial)

Neste artigo, você vai entender mais sobre como separar as orquídeas segundo o seu habitat natural e vai descobrir como isso pode ajudar em seu cultivo.

Tipos de orquídeas segundo o seu habitat

Cymbidium.

Antes de nos aprofundarmos sobre as classificações, é importante que você saiba o básico sobre o assunto.

Existem 5 tipos de classificações de orquídeas por habitat.

  1. Epífitas (vivem em árvores)
  2. Terrestres (vivem em materiais orgânicos)
  3. Rupícolas ou litófitas (vivem sobre pedras)
  4. Saprófitas (vivem no subsolo e não possuem clorofila)
  5. Humícolas (vivem no subsolo e possuem clorofila)

Dentre essas 5 classificações, apenas 3 são utilizadas para o cultivo, as epífitas, terrestres e rupícolas (raramente).

Nesse artigo, nós vamos nos aprofundar apenas nesses 3 tipos.

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A beleza – e a estranha magia – do gênero Bulbophyllum

Bulbophyllum blumei

O gênero Bulbophyllum (Thouars, Hist. Orchid.: t3 1822) tem, no mundo inteiro, um grande número de apreciadores. É o mais numeroso gênero dentre as orquídeas, com cerca de 1.500 a 2.000 espécies, variando de acordo com os diferentes autores. Ocorre em todos os continentes, mas está mais presente na Ásia. Somente na Nova Guiné, ocorrem mais de 500 espécies. Apresentam crescimento simpodial e rizoma bastante longo, de modo que os pseudobulbos aparecem bem espaçados. Em geral, há uma folha por pseudobulbo.

Bulbphyllum corolliferum

As flores do Bulbophyllum atraem pela aparência curiosa e muitas delas se assemelham a insetos da região em que ocorrem. Algumas são perfumadas, outras têm odor desagradável para o nariz humano. É também interessante o fato de que, em muitas espécies, a base do labelo é apenas levemente presa à flor, o que faz com que se mova, ao vento, atraindo dessa forma os polinizadores.

O Prof. René Rocha, em seu “ABC do Orquidófilo – de uma, várias ou muitas orquídeas”, pág. 146, oferece preciosas dicas de cultivo para o Bulbophyllum: “Média luminosidade para a maioria delas, boa ventilação e umidade conservada entre 40% e 60%.” As plantas podem crescer em qualquer substrato, porém vão melhor em pedaços de cortiça, madeira ou galhos de árvores vivas. “Sendo substratos de secagem rápida, precisam de regas diária”, adianta o mestre.

Bulbophyllum hirudinis

Onde adquirir mudas de Bulbophyllum? Um excelente endereço é o Orquidário Santa Bárbara, de Santa Bárbara d’Oeste (SP). Nesta página, há um link para o site daquele orquidário, onde, no dia 19/12/2017, registramos a oferta de nada menos de 170 espécies, com preços a partir de R$ 15,00. Na outra ponta, merece destaque uma rara touceira adulta de Bulbophyllum phalaenopsis, com seis bulbos e folhas de até 80 cm, que está sendo oferecida pelo valor de R$ 3.900,00.

As demais espécies que estavam sendo comercializadas, naquele dia, pelo Santa Bárbara, eram as seguintes:

  • Bulbphyllum maxillare

    Bulbophyllum affine

  • Bulbophyllum agastor
  • Bulbophyllum alisiosum
  • Bulbophyllum ambrosia
  • Bulbophyllum amplebracteatum
  • Bulbophyllum angustifolium
  • Bulbophyllum annamense
  • Bulbophyllum annandalei
  • Bulbophyllum antenniferum
  • Bulbophyllum arfakianum green
  • Bulbophyllum auratum
  • ulbophyllum baileyi
  • Bulbophyllum barbigerum
  • Bulbophyllum baucoense
  • Bulbophyllum bicolor
  • Bulbophyllum blumei
  • Bulbophyllum brevibrachiatum
  • Bulbophyllum breviscapum
  • Bulbophyllum brienianum
  • Bulbophyllum bufo
  • Bulbophyllum bufordiense
  • Bulbophyllum campanulatum
  • Bulbophyllum carunculatum
  • Bulbophyllum catenulatum
  • Bulbophyllum caudatum
  • Bulbophyllum cephalophorum
  • Bulbophyllum cheiri
  • Bulbophyllum chloranthum
  • Bulbophyllum clandestinum
  • Bulbophyllum cocoinum
  • Bulbophyllum cominsii
  • Bulbophyllum compressum
  • Bulbophyllum cornutum
  • Bulbophyllum corolliferum
  • Bulbphyllum vaginatum

    Bulbophyllum crassipes

  • Bulbophyllum croceum
  • Bulbophyllum cryptophoranthus
  • Bulbophyllum cupreum
  • Bulbophyllum dayanum
  • Bulbophyllum dearei
  • Bulbophyllum dennisii
  • Bulbophyllum dentiferum ‘Yellow’
  • Bulbophyllum dolichoglottis
  • Bulbophyllum eberhardtii
  • Bulbophyllum echinochilum
  • Bulbophyllum echinolabium
  • Bulbophyllum ecornutu
  • Bulbophyllum elassoglossum
  • Bulbophyllum elassonotum
  • Bulbophyllum elecrinum
  • Bulbophyllum Emily Siegerist
  • Bulbophyllum facetum
  • Bulbophyllum falcatum
  • Bulbophyllum falcatum album
  • Bulbophyllum farreri
  • Bulbophyllum fascinator
  • Bulbophyllum fascinator corazone
  • Bulbophyllum flammuliferum
  • Bulbophyllum flaviflorum
  • Bulbophyllum fletcherianum
  • Bulbophyllum forrestii
  • Bulbophyllum fraudulentum
  • Bulbophyllum frostii
  • Bulbophyllum giriwoense
  • Bulbophyllum gracillimum
  • Bulbophyllum grandiflorum
  • Bulbophyllum graveolens
  • Bulbophyllum guttulatum
  • Bulbophyllum hamatipes
  • Bulbophyllum elassonotum

    Bulbophyllum hirundinis

  • Bulbophyllum imbricatum
  • Bulbophyllum immobile
  • Bulbophyllum inunctum yellow
  • Bulbophyllum ipanemensis
  • Bulbophyllum japonicum
  • Bulbophyllum kalimpong
  • Bulbophyllum laciniatum
  • Bulbophyllum lasianthum
  • Bulbophyllum lasiochilum
  • Bulbophyllum lasiochilum album
  • Bulbophyllum laxiflorum
  • Bulbophyllum lepidum
  • Bulbophyllum levanae
  • Bulbophyllum levyae
  • Bulbophyllum lindleyanum
  • Bulbphyllum lobbii

    Bulbophyllum lobbii

  • Bulbophyllum lobbii x frostii
  • Bulbophyllum lobbii ‘Wine’
  • Bulbophyllum longifolium
  • Bulbophyllum longisephalum
  • Bulbophyllum Louis Sanders
  • Bulbophyllum macraei
  • Bulbophyllum macranthum
  • Bulbophyllum mandibulare
  • Bulbophyllum maquilingense
  • Bulbophyllum masdevalliaceum
  • Bulbophyllum maxillare
  • Bulbophyllum maximum
  • Bulbophyllum medusae
  • Bulbophyllum membranifolium
  • Bulbophyllum micholitzii
  • Bulbophyllum miniatum
  • Bulbophyllum mirum
  • Bulbophyllum monanthum
  • Bulbophyllum nudda
  • Bulbophyllum nymphopolitanum
  • Bulbophyllum odoratissimum
  • Bulbophyllum odoratum
  • Bulbophyllum orientale
  • Bulbophyllum orthoglossum
  • Bulbophyllum othonis
  • Bulbophyllum paluense
  • Bulbophyllum papulosum
  • Bulbophyllum pardalotum
  • Bulbophyllum patens
  • Bulbophyllum picturatum
  • Bulbophyllum piestoglossum
  • Bulbophyllum pingtungensis
  • Bulbophyllum polystictum
  • Bulbophyllum purpurascens
  • Bulbophyllum purpureorachis

    Bulbophyllum porpureorhachis

  • Bulbophyllum purpuriofolium
  • Bulbophyllum putidum
  • Bulbophyllum recurvilabre
  • Bulbophyllum regnelli
  • Bulbophyllum rotshildianum
  • Bulbophyllum roxburghii
  • Bulbophyllum rugosum
  • Bulbophyllum saltatorium
  • Bulbophyllum santosii
  • Bulbophyllum regne
  • Bulbophyllum saurocephallum
  • Bulbophyllum scaberulum
  • Bulbophyllum septentrionale
  • Bulbophyllum sessile
  • Bulbophyllum signatum
  • Bulbophyllum sikkimense
  • Bulbophyllum sikkimense (touceira)
  • Bulbophyllum singulare
  • Bulbophyllum sketianum
  • Bulbophyllum smitinandii
  • Bulbophyllum speciosum
  • Bulbophyllum stelis
  • Bulbophyllum stenobulbon
  • Bulbophyllum strangularium
  • Bulbophyllum subumbellatum
  • Bulbophyllum Sunshine Queen
  • Bulbophyllum taiwanense
  • Bulbophyllum thiurum
  • Bulbophyllum tingabarium
  • Bulbophyllum tortum
  • Bulbophyllum tremulum
  • Bulbophyllum trichocephalum
  • Bulbophyllum tricornoides
  • Bulbophyllum tripetalum
  • Bulbophyllum triste
  • Bulbophyllum umbellatum red

    Bulbophyllum umbellatum red

  • Bulbophyllum unitubum
  • Bulbophyllum vaginatum
  • Bulbophyllum vanvurenii
  • Bulbophyllum veitchianum
  • Bulbophyllum velutinum
  • Bulbophyllum vinaceum
  • Bulbophyllum wwallichii
  • Bulbophyllum weberi
  • Bulbophyllum weddelii
  • Bulbophyllum wandlandianum
  • Bulbophyllum williamsii
  • Bulbophyllum woelfliae
  • Bulbophyllum yasnae red

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25ª ExpoSORN e o esforço, no Rio Grande do Norte, para salvar a Cattleya granulosa

  • Texto: Ademir Vicente de Oliveira – Vice-Presidente da ACEO
  • Fotos: Ademir Vicente, Edison Mattos e Emilly Bezerra

Edison Mattos fala, na 25ª ExpoSORN, sobre seus estudos visando ao melhoramento genético e à preservação da C. granulosa.

Cattleya granulosa
Cattleya granulosa

A Associação Orquidófila do Rio Grande do Norte (SORN) comemorou em agosto seu Jubileu de Prata realizando a 25ª ExpoSORN, que teve como cenário o Orquidário do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (IDEMA). Na exposição, ganhou destaque a Cattleya granulosa, planta nativa mais representativa do Estado e à qual foi destinado um local especial dentro do Orquidário.

A ExpoSORN 2017 levou a Natal a orquidófila Maria do Rosário Braga, da OrquidaRio, que foi homenageada como Sócia Emérita da entidade, em reconhecimento pela apresentação de artigo relacionado à Cattleya granulosa em congresso internacional realizado na Costa Rica. A programação também incluiu palestras e a divulgação de estudos relacionados às orquídeas, que estão em curso no Rio Grande do Norte. Gleide Brandão falou sobre “O cultivo de orquídeas no RN” e o engenheiro e produtor rural Edison Antonio de Mattos, proprietário do Orquidário Eds Mattos, discorreu sobre “Cattleya granulosa, a orquídea mais representativa do RN”.

Edison Mattos, natural do Rio Grande do Sul, transferiu-se para Natal em 1999, onde concluiu o curso de Engenharia Civil na UFRN. Ele se dedica às orquídeas desde os 11 anos de idade e, há 29 anos, mantém um orquidário voltado para produção de flores de alto padrão e a arte floral. Também conduz um aprofundado estudo sobre a Cattleya granulosa, juntamente com instituições de pesquisa do RN.

Cattleya granulosa
Cattleya granulosa

A palestra por ele oferecida na ExpoSORN aconteceu em meio a um cenário exuberante, na área externa do IDEMA, à sombra de frondoso cajueiro, árvore típica da região. Perante um público de orquidófilos e orquidólogos de Natal e de outras cidades, presentes ao evento, Edison, primeiramente, fez um resgate conceitual regionalizado sobre a Cattleya granulosa no RN e, em seguida, enfatizou aspectos voltados para a preservação e conservação dessa espécie nas restingas potiguares. Finalmente, propôs um modelo de conservação da C. granulosa, que objetiva resguardar os habitats da coleta predatória e promover o melhoramento genético da orquídeas.

O projeto de melhoramento genético da Cattleya granulosa iniciou-se em meados de 2005 e, desde então, Edison Mattos vem coletando informações sobre os hábitos de nutrição, influências virais, novas formas, variações e mutações genéticas e variações cromáticas da espécie em seu habitat e também em sua coleção clonal.

No que tange à classificação cromática (não confundir com variedades), o palestrante referenciou os conceitos e as bases científicas adotadas por seus estudos, a partir de John Lindley, que registrou em 1842 a primeira descrição da Cattleya granulosa.    Conceituou a definição de máculas (manchas ou pontos circulares, cuja coloração varia de rosa claro, passando pelo vermelho e púrpura-escuro, que difere dos pigmentos das pétalas e sépalas). A partir daí, optou por subdividir a planta tipo em: Cattleya granulosa tipo (isenta de máculas); Cattleya granulosa tipo maculata (apresenta máculas bem distribuídas de forma generalizada) e Cattleya granulosa tipo extra-maculata (apresenta grande quantidade de máculas).

Ademir (à dir.) confraterniza com os orquidófilos reunidos em Natal.

A classificação da Cattleya granulosa forma jaimeana, descrita pela engenheira Lou C. Menezes, foi mantida, porém, adaptada a cinco novas adaptações da classificação: a jaimeana padrão, com a presença de máculas e labelo com sopro rosado; a jaimeana imaculata, sem a presença de máculas e labelo com sopro rosado; jaimeana extra-maculata, com grande concentração de máculas e labelo rosado; jaimeana potiguar, com pétalas e sépalas verde-amareladas com máculas vermelhas, labelo com leve sopro rosado ou branco, com pouca presença de grânulos rosados; e a jaimeana íntegra, com pétalas e sépalas verde-amareladas, com máculas vermelhas e labelo totalmente rosado.

Edison Mattos (Orquidário Eds Mattos) recebe o Troféu Colibri de Prata para a planta Campeã Geral da 25ª ExpoSORN. Com ele, Maria do Rosário Braga, da OrquidaRio, homenageada como Sócia Emérita da SORN pelo trabalho sobre a Cattleya granulosa apresentado em congresso internacional de orquidologia na Costa Rica.

Preocupado com o crescente quadro de coleta predatória e devastação ambiental praticado no RN, Edison chamou a atenção para os Mecanismos de Proteção e Conservação da Cattleya granulosa:

  • Instrução Normativa nº 11/2011 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), que regulamenta o transporte de planta proveniente da flora nativa regional em perigo de extinção em território nacional;
  • CITES – Convenção Internacional Sobre o Comércio de Espécies da Flora e Fauna Selvagem em Perigo de Extinção, assinada por mais de 100 países, e responsável pela regulamentação do comércio internacional de plantas, com destaque para as listas de espécies ameaçadas em extinção;
  • IDEMA – Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Meio Ambiente, responsável pela liberação de licença a nível nacional no Rio Grande do Norte. Também é atribuição desse órgão a implantação e manutenção das áreas de proteção ambiental do Estado do RN.
  • Polícia Militar (Guarda Ambiental,  que oferece suporte ações de fiscalização e flagrantes;
  • Polícia Federal;
  • Prefeituras Municipais: através do Pano Diretor que também estabelece áreas de conservação.
  • Guarda Municipal – Prefeitura Municipal.

Cattleya granulosa
Primeiro cruzamento de matrizes de origem potiguar visando ao melhoramento genético da Cattleya granulosa, produzido por Edison Antonio de Matos. Mãe (à esq.): C. granulosa forma áurea maculata ‘Mattos Celebration’. Pai (à dir.): C. granulosa forma tipo ‘Mattos Legendary’.

Durante mais de 16 anos de pesquisa baseadas na ética com a natureza, Edison Mattos montou uma coleção clonal de exemplares que tem potencial para serem inseridos na cadeia produtiva de flores através do melhoramento genético. Tais características, como cores, texturas, perfumes, formas, vigor, porte, florações, resistência às pragas, se tornam uma nova frente de conservação e preservação da Cattleya granulosa, uma vez que os exemplares resultantes do melhoramento genético devem chamar a atenção da cadeia produtiva de flores (horticultura) e do mercado consumidor, retirando o foco das orquídeas no habitat natural.

Com um olhar à frente de muitas pessoas, Edison Mattos busca, em seu projeto, o equilíbrio entre a conservação e a preservação, utilizando a tecnologia criada pelo homem, através da semeadura in vitro e hibridação de orquídeas, para cruzar plantas tecnicamente perfeitas e obter gerações de orquídeas superiores.

Visita ao Orquidário Eds Mattos

“Catedral da natureza”, cenário desenvolvido por Eds Mattos para ensaios fotográficos e casamentos na Capital potiguar.

Concebido em meados de 2008, o Orquidário Eds Mattos, localizado na zona rural do Município de Nísia Floresta/RN, na Região Metropolitana de Natal, foi projetado pelo engenheiro civil Edison Antonio de Mattos, atual proprietário. O Orquidário possui uma estrutura que suporta 20.000 orquídeas suspensas ao longo de suas alamedas.

Inicialmente, o projeto se destinava à produção de flores para ornamentação de festas e eventos sociais do Rio Grande do Norte, e também ao turismo. Posteriormente, a procura pelo espaço para seções de fotografia e busca da arte floral de Edison o transformou em um referencial.

O Orquidário Eds Mattos mantém uma coleção de orquídeas híbridas e espécies históricas e de alto potencial econômico que são destaque no Nordeste e também abriga a coleção clonal de Cattleya granulosa de Eds Mattos, sobre a qual estão sendo realizados os trabalhos de melhoramento genético da espécie no RN e desenvolvidos estudos voltados para as contaminações virais de exemplares de Cattleya granulosa.

Referências:

MATTOS, E. A. Palestra. [ago. 2017]. Rio Grande do Norte. Palestra proferida por ocasião da Exposição de Orquídea da Associação de Orquidofilia do Rio Grande do Norte – SORN – Cattleya granulosa a orquídea mais representativa do Rio Grande do Norte.

CLASSIFICAÇÃO DA CATTLEYA GRANULOSA NO RIO GRANDE DO NORTE (2017). IN http://www.orquidarioedsmattos.com.br, acessado em 03 de setembro de 2017 em http://www.orquidarioedsmattos.com.br.

Diante do mar, um surpreendente orquidário, onde as Vandas dão o tom

Orquídeas Ceará
O cenário que se descortina é de um cartão postal nordestino.

Texto e fotos de Italo Gurgel (Jornalista, Diretor de Comunicação da ACEO)

A menos de 40 quilômetros de Fortaleza, a Prainha é um dos cartões postais da Região Metropolitana da capital cearense. É ali, bem no alto de um morro bafejado pela brisa do mar, que Adailson Rabelo cultiva suas orquídeas. São cerca de 500 vasos espalhados por diversos recantos do jardim. Dentre eles, sobressaem as Vandas, claramente as preferidas de Adailson, que está sempre fazendo novas aquisições. No total, 160 touceiras de vandáceas – entre pequenas, grandes e gigantescas – enfeitam os diferentes recantos daquele pequeno paraíso, que recentemente tive a felicidade de visitar, ao lado de minha esposa, Tereza.

Adailson familiarizou-se com as orquídeas já quando criança, pois os irmãos, com quem morava em Messejana, cultivavam labiatas e outras espécies. Um dia, ele começou a adquirir suas próprias plantas. Já adulto, mudou-se para São Paulo, onde foi morar na serra da Cantareira, cuja natureza exuberante o inspirou a retomar o hobby. E a coleção não parou mais de crescer.

De volta a Fortaleza, Adailson instalou-se na Prainha. Construiu uma bela casa, com piscina e um largo deck debruçado sobre a paisagem, e transformou o jardim em um bosque. Nasceu assim o cenário onde hoje se distribui um grande número de espécies, que disputam espaço com as touceiras de Vandas, cujo vigor está bem visível no emaranhado de longas e verdes raízes. Estas são adquiridas, principalmente, em um orquidário da Bahia, que regularmente envia novos lotes. Adailson também costuma ser presenteado por um amigo decorador, que lhe repassa as touceiras, quando desfaz o “décor” de algum evento enfeitado com orquídeas.

As plantas são viçosas e sadias, denotando um cuidadoso regime de regas e adubações. As Vandas, adubadas semanalmente, ele irriga até três vezes ao dia. Algumas delas repousam acima de um pequeno espelho d’água, que incrementa a umidade do ar. As demais plantas recebem jato d’água quando um rápido exame, com o dedo, revela que o substrato secou. Tais cuidados são muito importantes num local constantemente varrido pelos ventos, que, nos meses de agosto e setembro, chegam muito fortes e com baixíssima umidade. Destaque-se que o chão está coberto de folhas secas, às quais Adailson agrega casca de coco desfiada. Assim, se forma uma camada de material orgânico que tanto serve para adubar as árvores como para manter um microclima adequado às orquidáceas.

A adubação é simples: fertilizante foliar (NPK 20-20-20), ou então um desses adubos de diluição lenta, que é reposto a cada quatro meses. O uso de defensivo natural garante proteção e equilíbrio biológico. Por sua vez, o fungicida é aplicado, preventivamente, de dois em dois meses. Nada mais. O resultado são plantas extraordinariamente sadias, onde não se enxerga uma mera cochonilha. Um cuidado básico, revelado por Adailson, diz respeito à aplicação de defensivos em toda nova planta que se agrega ao orquidário. Assim, não entram pragas naquele ambiente.

No mais, acrescente-se uma necessária dose de amor às Vandas, às orquídeas de um modo geral, e à natureza, pois não são somente as orquidáceas que enfeitam o jardim praiano, mas também cactos, suculentas, bromélias, flor do deserto e muitas outras espécies de plantas ornamentais. Ao final, o que se observa é uma convivência harmoniosa entre as plantas… e entre as pessoas.

Segue-se pequena amostra das flores que enfeitam o paraíso praiano de Adailson, com destaque para as Vandas:

Orquídeas Ceará

Oncidium

Dendrobium phalaenopsis

Orquídea Ceará

Bulbophyllum lobby

Phalaenopsis

Vanda orchid

Vanda orchid

Vanda orchid

Vanda orchid

Vanda orchid

Vanda orchid