Orquídeas da Paraíba em exposição no Shopping

A Associação Paraibana de Orquidófilos (APO) abriu as portas da Mostra Paraibana  de Orquídeas – Ano 2024, que se realiza no Tambiá Shopping, em João Pessoa, com a seguinte programação:

  • Mostra: 26 e 27 de Abril, das 9h às 20h; 28 de Abril, das 9h às 17h.
  • Venda de orquídeas: 25, 26, e 27 de Abril, das 9h às 20h; 28 de Abril, das 9h às 17h.
  • Oficina de cutivo. Ministrante: Prof. José Carlos, vice-presidente da APO. Sábado, 27 de Abril, às 10h.
  • Roda de conversa com o Prof. Leonardo Pessoa Felix, da Universidade Federal da Paraíba, especialista em Botânica. Tema – “Vanilla: uma orquídea primitiva de importância econômica”. Sábado, 27 de Abril, às 15h.

A venda de orquídeas (espécies e híbridos), durante a mostra, está assegurada pelo Orquidário Flores do Lago, de Minas Gerais.

Festa da orquídea em Maceió, Formiga e São Carlos

Está aberta, em Maceió, a 33ª Exposição de Orquídeas e Bromélias, uma realização da Associação de Orquidófilos e Bromeliófilos de Alagoas. O evento se estende até domingo, dia 14, em novo local – o Maceió Shopping – onde a mostra acolhe os visitantes das 9:00h às 18:00h.

Também é aberta ao público nesta sexta-feira, dia 12, a XVIII Exposição Nacional de Orquídeas da cidade de Formiga (MG). A mostra tem lugar no Colégio Santa Teresina. Realização: Associação Formiguense de Orquidófilos e Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil (CAOB).

Na cidade de São Carlos (SP), a festa acontece no próximo fim de semana – abertura dia 19, prosseguindo até 21 de abril. Local: Praça XV de Novembro. A 59ª Exposição Nacional de Orquídeas de São Carlos é uma realização do Círculo Sãocarlense de Orquidófilos, com coordenação da CAOB.

Ruschi: quando o Cruzado Novo homenageou o senhor das orquídeas e beija-flores

Em 1989, circulou no Brasil uma cédula de 500 Cruzados Novos, na qual se prestava homenagem ao grande naturalista e ecologista brasileiro Augusto Ruschi. Entre os elementos que ilustravam a cédula, o Banco Central incluiu a imagem de uma Cattleya warneri, em alusão direta à contribuição prestada pelo cientista para um melhor conhecimento das orquídeas brasileiras. Da mesma forma, inseriu o desenho de um beija-flor, por ter sido Ruschi um respeitado estudioso dessa ave, reconhecido mundialmente.

O Cruzado Novo (representado por: NCz$) ficou pouco tempo em circulação. Foi implantado a 16 de janeiro de 1989, sendo substituído pelo Cruzeiro já em março de 1990, em consequência da reforma monetária promovida pelo Plano Verão.

JOVEM CIENTISTA

Augusto Ruschi nasceu em Santa Teresa, município da região serrana do Espírito Santo, em 1915, e morreu em Vitória/ES, a 3 de junho de 1986. Desde a infância, ele revelou forte interesse pelas plantas e animais. Aprofundou-se no estudo da Biologia e tornou-se professor titular na Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador do Museu Nacional. Ajudou no combate a pragas na agricultura e na implantação de diversas reservas ecológicas. Também criou duas instituições científicas: o Museu de Biologia Professor Mello Leitão e a Estação de Biologia Marinha Augusto Ruschi. Deixou importante coleção de fotografias e desenhos científicos, além de 400 artigos e 20 livros.

AS ORQUÍDEAS

As orquídeas foram a primeira paixão de Ruschi. Na juventude, ele explorou mais de mil quilômetros quadrados de mata descrevendo, catalogando e classificando exemplares dessa família. Seu primeiro trabalho publicado (com a idade de 15 anos) foi um artigo sobre a descoberta de dois novos gêneros e 19 espécies de orquídeas, trabalho escrito em Latim e com uma metodologia inovadora. Aos 16 anos, passou a trabalhar, como coletor de espécimens, para o Museu Nacional. Aos 19, interessou-se pelos beija-flores, ao descobrir que alguns deles eram responsáveis pela polinização das orquídeas. Aos 22 anos, tornou-se Professor Titular de Botânica na UFRJ.

Dentre as espécies descobertas por Ruschi, estão algumas de grande importância, como a Laelia sincorana (hoje, Cattleya sincorana). Mas, ao homenageá-lo, lembrando essa faceta do cientista, o Banco Central lançou mão de uma imagem da Cattleya warneri, uma das mais representativas da flora orquidófila do Espírito Santo.

DEFENSOR AMBIENTAL

Corajoso na defesa do meio ambiente, Augusto Ruschi envolveu-se em várias disputas com autoridades e grandes empresas, sempre a favor da preservação ambiental. Também foi pioneiro no combate ao desmatamento da Amazônia. Em 1965, em plena ditadura militar, encampou a luta para impedir a concretização de um plano do governo do Espírito Santo para vender madeira de matas nativas e ocupa-las com monoculturas de eucalipto. Condenou os planos oficiais de ocupação da floresta amazônica e falou, em diversos fóruns, a favor dos povos indígenas. Reconhecido como um dos ícones mundiais na proteção ao meio ambiente, em 1994, através de lei federal, lhe foi concedido o título de Patrono da Ecologia no Brasil.

ENCONTRO TRÁGICO

Em 1975, numa viagem ao Amapá, acidentalmente, Ruschi foi envenenado por sapos dendrobatídeos. Teve de ser hospitalizado, emagreceu muito e, pelo resto de sua vida, teria a saúde abalada. Sofria com febres, dores permanentes por todo o corpo, hemorragias e comprometimento do aparelho digestivo. Em 1985, já muito fragilizado por várias malárias e esquistossomoses que contraiu durante as pesquisas de campo, foi acometido de hepatite C. Em janeiro de 1986, após a ineficácia dos tratamentos médicos convencionais, Ruschi se submeteu a um ritual de cura e purificação dirigido pelo cacique Raoni e o pajé Sapaim. Houve melhoras em seu quadro, porém efêmeras, e o estado de saúde continuou agravando-se, até que, a 3 de junho daquele mesmo ano, o grande cientista e cidadão exemplar veio a falecer.

De Pernambuco a Portugal: novas exposições acontecem nos próximos dias

Os cartazes de exposições continuam a chegar à ACEO, convidando para algumas das mais tradicionais festas ligadas ao mundo das orquídeas. Hoje, destacamos:

No Recife, a 47ª Exposição de Orquídeas de Pernambuco está agendada para os dias 8, 9 e 10 de março, no Museu do Estado (Av. Rio Barbosa, 960). Além da mostra e venda de orquídeas, estão previstas palestras e oficinas. Também será prestada uma homenagem às mulheres no seu Dia Internacional, 8 de março.

Na cidade do Porto, em Portugal, a 13ª Exposição/Venda Internacional de Orquídeas acontecerá nos dias 15, 16 e 17 de março – desta vez, em novo local: a sede da Fundação Dr. Antônio Cupertino de Miranda (Av. da Belavista, 4245). Promove o evento a Associação Portuguesa de Orquidofilia.

Enquanto isso, está chegando a data do Festival de Orquídeas de São Bernardo do Campo/SP (dias 2 e 3 de março). Um curso de cultivo será ministrado no sábado, primeiro dia da mostra, às 14:00h, e no domingo, às 11:00h. O endereço: Av. Redenção, 271, portaria 23, no centro da cidade.

Em Ouro Preto, Minas Gerais, se anuncia a XVIII Mostra de Orquídeas da Região dos Inconfidentes, evento assinalado para os dias 15 e 16 de abril. Onde? Na Casa de Gonzaga, que fica na Rua Cláudio Manuel, 61, em frente à Feira de Artesanato da Igreja de São Francisco de Assis.

Jardim Botânico do Rio recebe este mês as Orquídeas de Verão

Vem aí a Mostra de Orquídeas de Verão, a ter lugar no Orquidário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, entre os dias 23 e 25 do corrente mês. As portas estarão abertas das 8:00h às 17:00h.

A Mostra, organizada pela Curadoria do Orquidário/Coordenação de Coleções Vivas do Jardim Botânico, prevê, dentre outras atrações: visitas guiadas, minicursos e palestras sobre o cultivo de orquídeas. No local, estará funcionando uma feirinha de plantas, livros e insumos. Diariamente, será sorteada uma planta entre os 100 primeiros visitantes na parte da manhã.

O calendário orquidófilo de fevereiro também assinala a realização da 20ª Exposição de Orquídeas de Itaguara, marcada para os dias 23, 24 e 25, em Itaguara, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Minas Gerais). Na ocasião, será aberto o Salão da Cattleya bicolor. A visitação se inicia às 20:00h, após apresentação da Banda Nossa Senhora das Dores.

Realização – Associação Orquidófila de Itaguara.

Local – Ginásio Poliesportivo, na Rua Mário Lima, 141, ao lado do Salão Paroquial. A entrada é franca.

Outro agendamento em Minas Gerais é a 19ª Mostra de Orquídeas da Região dos Inconfidentes, que se realizará na cidade de Mariana, nos dias 16 e 17 de março. No sábado (16), o horário de visitação se estenderá das 9:00h às 18:00h; no domingo (17), a Mostra poderá ser visitada a partir das 9:00h, encerrando-se às 16:00h.

Realização – Associação Orquidófila da Região dos Inconfidentes, ASSORI (Instagram: @assori.orquideas)

Local – Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da UFOP, na Rua do Catete, 166. Entrada franca.

2023, um ano atípico na floração da Cattleya labiata

Em 2023, a floração da Cattleya labiata Lindl. apresentou um padrão atípico, de acordo com a estatística realizada, desde 2007, pelo Prof. Ítalo Gurgel, em seu “Orquidário da Ilha Manôra”, no município do Eusébio, Região Metropolitana de Fortaleza. O levantamento é dos mais criteriosos, espelhando todas as florações ocorridas, durante o ano, naquela coleção. No início de 2023, havia ali 175 touceiras de labiata, 90% das quais adultas. Ao encerrar-se o ano, esse total se reduzia a 160 plantas, uma vez que o pesquisador vem procurando diminuir, pouco a pouco, o número de exemplares.

O Prof. Ítalo alerta que os dados dizem respeito a um orquidário específico. Ele admite que se a estatística fosse feita em outras instalações – até na mesma região – os resultados provavelmente iriam divergir, uma vez que cada orquidário possui diferenças de umidade, luminosidade, ventilação e, acima de tudo, de tratos culturais, fatores que influenciam na floração. De todo modo, o caráter confiável do levantamento, que é feito há 16 anos, ininterruptamente, o transforma em uma contribuição válida para os estudos sobre a C. labiata, considerada por muitos a mais bela orquídea brasileira e a que melhor representa o Nordeste.

Uma constatação presente em todos os levantamentos é que a labiata floresce, absolutamente, todos os meses do ano – pelo menos, no “Orquidário da Ilha Manôra”. O padrão sempre repetido mostra que o ano começa com a floração em alta. O primeiro trimestre se apresenta como o mais florífero, seguindo-se três meses de queda contínua. Na metade do ano, a flor se torna mais rara (mas não deixa de aparecer). O terceiro e quarto trimestres são de contínua elevação no número de flores, observando-se, em dezembro, que um novo ciclo já está em curso.

O que tornou atípico o ano de 2023, segundo Ítalo Gurgel, foi o elevado desempenho do último trimestre, especialmente do mês de outubro, que fez essa quadra rivalizar com os meses de janeiro, fevereiro e março, que sempre se revelam como os mais floríferos. Ao comprovar que a C. labiata está presente o ano inteiro na “Ilha Manôra”, o Professor detalha as condições climáticas do local onde está orquidário: o município do Eusébio fica na zona costeira do Ceará, com pluviometria média de 1.532mm ao ano. A época chuvosa ocorre de janeiro a junho; o segundo semestre é de muito sol e calor, amenizado pela brisa do mar (a praia está a 15km). Ao longo do ano, em geral, a temperatura varia de 24°C a 32°C, sendo raramente inferior a 22°C ou superior a 32°C.

A grande maioria das labiatas do Professor está fixada em estacas da madeira “sabiá” (Mimosa caesalpiniifolia), conhecida em outras regiões como “sansão do campo”. Todas ficam penduradas em varais. O orquidário é coberto e envolvido, nos quatro lados, por tela de 70% de sombreamento. A adubação é semanal, com “Nutriorqui”, e as regas são feitas diariamente, com o esguicho de mangueira. Nos dias mais quentes, isso é feito duas vezes. Registre-se que a maioria das touceiras incluídas neste levantamento costuma florir mais de uma vez por ano, embora haja algumas que passam um ano ou mais sem lançar flores. Italo Gurgel lembra que, em 2023, seu exemplar #64 (C. labiata tipo ‘Pacoti’), originário da região serrana cearense, lançou novas hastes florais em quatro meses seguidos: janeiro (4 flores), fevereiro (5), março (4) e abril (3), brindando-o, no quadrimestre, com 16 flores. Já o exemplar #34, outra labiata tipo, enviada do Rio Grande do Sul por um amigo do colecionador, floriu seis vezes ao longo do ano, fechando dezembro com uma haste de quatro flores.

As campeãs do 2º Natal das Flores da ACEO

O 2º Natal das Flores, promovido pela Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO), encerrou-se domingo, 10/12, após três dias de uma festa que levou milhares de pessoas à Casa de José de Alencar, em Fortaleza. Os associados exibiram suas melhores plantas floridas, numa exposição que encantou o público. No mesmo cenário, espalharam-se os quiosques comercializando variadas plantas ornamentais e materiais de cultivo, enquanto a venda de orquídeas esteve assegurada, com grande êxito, pelo Orquidário Santa Gertrudes e Orquidário Garcia, ambos do Ceará. Na programação da mostra, incluíram-se ainda as oficinas de cultivo e de fotografia, além de outras atividades voltadas para as crianças, as causas sociais, a defesa ambiental e a divulgação da meliponicultura.

No final da tarde de domingo, a presidente da ACEO, Michelle Canário, reuniu um pequeno grupo de associados entregando-lhes a missão de apontar as plantas que mais se distinguiram em cinco categorias diferentes de premiação. Como se poderá perceber, o associado Alexandre de Araújo foi, justificadamente, o grande campeão do evento. Segue-se o podium formado naquela ocasião:

Melhor Cattleya labiataC. labiata var. amesiana – Cultivo: Herych Ximenes

Outras Espécies Brasileiras – 1º lugar – Cattleya aclandiae #19 – Cultivo: Alexandre de Araújo

Melhor Espécie Estrangeira – Cattleya lueddemanniana var. semialba – Cultivo: Alexandre de Araújo

Melhor Híbrido – Bc. Mem. Vida Lee – Cultivo: Alexandre de Araújo

Melhor Cultivo – Anselia africana – Cultivo: Alexandre de Araújo