União das associações nordestinas garantiu o brilho da 4ª Bienal de Orquídeas

Em quantidade e qualidade das flores, foi a maior exposição já realizada pela ACEO.

Resultou em um grande sucesso a realização da 4ª Bienal de Orquídeas do Nordeste e 11º FestOrquídeas de Fortaleza, que aconteceu, na Casa de José de Alencar, na Capital cearense, entre 2 e 4 de fevereiro. Organizado pela Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO), o evento contou com importante adesão de outras entidades orquidófilas da região: a ASSOPE (de Pernambuco), SORN e CPO (do Rio Grande do Norte), APO (da Paraíba) e AOBAL (de Alagoas).

Karime (à esq.) e Juliana, presidentes da ASSOPE e da ACEO, respectivamente.

Todas elas contribuíram, seja trazendo flores, ministrando oficinas, ou com os associados juntando-se aos membros da ACEO nas diversas tarefas relacionadas à exposição. Vale destacar o esforço da presidente da ASSOPE, Karime Soares, que arregimentou seus colegas e trouxe do Recife um grande número de plantas de excelente qualidade, que, justificadamente, conquistaram inúmeros prêmios. Sérgio Rangel, do Recife, com cinco distinções, entre troféus e certificados, foi o mais premiado da mostra.

Durante os três dias, um público incalculável, de vários milhares de pessoas, percorreu a exposição, onde realçava a perfumada presença da Cattleya labiata, que se encontra no auge de sua floração. Do programa, constaram 14 oficinas de cultivo, além de uma mesa redonda em que foram discutidas questões como a área de dispersão, as variedades e as ameaças que cercam a C. labiata em seu habitat. (O Ceará é um dos estados nordestinos onde ocorre essa espécie, considerada uma das mais belas orquídeas brasileiras.)

A Bienal/FestOrquídeas também acolheu a solidariedade. Sábado e domingo – dias 3 e 4 – uma equipe do Hemoce esteve na Casa de José de Alencar para coletar sangue entre as pessoas de boa vontade. Essa é uma manifestação de como a ACEO exercita o compromisso social. “Quem ama orquídeas, ama a vida. Quem ama a vida, doa sangue”, foi este o lema da grande exposição, a maior mostra de orquídeas já realizada no Ceará. O coral do Hemoce também abrilhantou a promoção, apresentando-se nos jardins da Casa de José de Alencar.

ABERTURA

Leando e Itauana apresentam-se na abertura do evento.

A abertura do duplo evento ocorreu no sábado, dia 2, com a presença de importantes figuras da orquidofilia brasileira. Comandada pelo jornalista Luís Esteves, a solenidade deu o tom de bom gosto e profissionalismo que marcaria toda a realização da Bienal/FestOrquídeas. Tão logo se formou a mesa, o público presente ao auditório da Casa de José de Alencar teve o privilégio de assistir a uma apresentação-surpresa do tenor Leandro Cavalcante e da soprano Itauana Ciribelli, que integram o Grupo Ária.

Na sequência, a Associação Cearense de Orquidófilos prestou homenagem ao Movimento Proparque, escolhido como Patrono da 4ª Bienal e 11º FestOrquídeas, e ao jornalista Italo Gurgel, diretor de Comunicação da ACEO, escolhido por seus pares como Paraninfo do evento.

O Proparque esteve representado por Luíza Vaz, coordenadora do Movimento, que realçou a importância daquele reconhecimento público. Criado em 1994, o Movimento Proparque hoje serve de modelo para ações de proteção ao meio ambiente em Fortaleza. Com o propósito de preservar o Parque Ecológico Rio Branco, no bairro Joaquim Távora, em Fortaleza, um grupo de frequentadores daquele espaço resolveu agir diante das sucessivas agressões ambientais.

Italo Gurgel, Luisa Vaz e Juliana Coelho.

Na época da criação do Movimento, o parque era ocupado por cerca de 50 famílias, que moravam em barracas. Além disso, o espaço não recebia manutenção nem limpeza adequada. Com a pressão do grupo, o poder público passou a agir de forma mais sistemática e a área terminou se transformando e passando a receber um grande número de visitantes.

Por sua vez, Italo Gurgel, ao agradecer a homenagem, enfatizou: “Há 12 anos, na ACEO, a lição de casa é aprender a respeitar as árvores do nosso jardim; respeitar ambientes como o Parque Rio Branco; a serra de Uruburetama, de onde os piratas já levaram quase todo o estoque de Cattleya labiata.

Na ACEO, aprendemos a dizer não ao comércio criminoso de orquídeas retiradas de seus ambientes naturais. Nós apostamos na possibilidade de se praticar uma orquidofilia responsável, atenta ao clamor da natureza, atenta também aos problemas sociais que nos cercam. Exercitando a cidadania, a solidariedade, a responsabilidade social, este ano estamos oferecendo nossas veias para que o Hemoce colete o sangue que irá salvar vidas.

A Drª Vania, do Hemoce, é portadora da homenagem da ACEO.

Em seu pronunciamento, ao declarar aberta a 4ª Bienal e 11º FestOrquídeas, a presidente da ACEO, Juliana Coelho, agradeceu a presença dos expositores, dos participantes da mesa redonda, dos facilitadores das oficinas, dos orquidários comerciais e demais ocupantes das tendas de comercialização. E transmitiu um agradecimento especial aos apoiadores do evento: Hospital São Camilo, Leroy Merlyn, Instituto Centro de Ensino Tecnológico (CENTEC), Casa de José de Alencar, Osho Alimentos, Café Santa Clara, Três Corações, Padaria Romana e Olaria do Heitor. “Sem essa corrente de instituições, empresas e pessoas sensíveis, nós não teríamos condições de dar a este evento o brilho que ele merece”, afirmou.

Todos os parceiros da ACEO na realização da Bienal/FestOrquídeas – associações orquidófilas, participantes da mesa redonda e apoiadores – foram homenageados no final da cerimônia.

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