Entrevistas da ACEO – Nº 16: Maria do Rosário e o movimento para salvar nossas orquídeas

Ex-Presidente de uma das mais atuantes entidades orquidófilas do Brasil – a OrquidaRio – Maria do Rosário de Almeida Braga conversa com Juliana Coelho, Diretora de Eventos da Associação Cearense de Orquidófilos. No depoimento, aqui reproduzido na íntegra, ela fala de sua preocupação com a preservação das orquídeas no ambiente natural e do papel das associações no campo da educação ambiental. Também conta a história do Orquidário Quinta do Lago, hoje fechado, mas onde as plantas “estão mais lindas do que nunca”.

Associação Cearense de Orquidófilos: Quando aconteceu seu primeiro encontro com as orquídeas? Como foi seu envolvimento com esse universo?

Maria do Rosário de Almeida Braga: Foi em setembro de 1994. O Orquidário Quinta do Lago, que já existia desde 1990, estava se preparando para participar de uma exposição no Museu de Arte Moderna, no Rio. Fiquei completamente encantada com a beleza da floração de setembro.

ACEO: Na presidência da OrquidaRio, você se preocupou muito com a preservação ambiental e, em especial, das orquídeas em seu habitat. Fale-nos sobre a REGUA, esse projeto que teve como parceiro a San Diego County Orchid Society.

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Quando as orquídeas inspiram os poetas

Coelogyne pandurata
Coelogyne pandurata, uma cascata de flores.

Mais uma vez, esta página abre espaço para a poesia. Hoje transcrevemos belíssimo soneto do poeta Jorge Tufic, dedicado a Vera Coelho, Vice-Presidente da ACEO. Nascido no Acre e residente em Fortaleza, Tufic é autor de mais de 40 títulos publicados, entre prosa e verso. Vejam, nas linhas que se seguem, a perfeição das rimas e dos versos decassílabos, que tão bem traduzem o sentimento do poeta:

Soneto para Vera Coelho

As orquídeas têm mãos que são da Vera,
têm halo e resplendor quando é preciso;
brotam do zelo em forma de sorriso,
o tempo é delas como a primavera.

Parecem vir de um sonho ou de outra esfera,
são várias com frequência; e sem aviso
fazem da cor a luz do paraíso
criando em torno a própria atmosfera.

São raras estas flores, como são
notáveis no orquidário desta dama
onde cantam silêncios de oração.

Benditos jarros, pálpebras de orvalho,
mundo verde que traz-lhe glória e fama,
sempre à custa de amor e de trabalho.

Jorge Tufic

SORN elege nova Diretoria para 2010 e 2011

Eleita a nova Diretoria da Associação Orquidófila do Rio Grande do Norte (SORN). A missão é conduzir a entidade no biênio 2010/2011, contribuindo para difundir o cultivo de orquídeas na terra da Cattleya granulosa. Ficou assim a composição do grupo que assumiu os destinos da SORN:

  • Presidente: Gelza Matsunae
  • Vice-Presidente: Idelemon Vaz
  • Secretária: Edjane Arruda
  • Tesoureiro: João Felismino
  • Diretor Técnico: Roberto Guerra
  • Diretor de Comunicação Social: Severino Carvalho
  • Diretora de Patrimônio: Gisélia Ferreira Costa

O Conselho Deliberativo será presidido por Tertuliano Aires Neto e o Conselho Fiscal, por Clementino Câmara Neto.

Segundo informa o ex-Presidente Severino (ou Severo, para os amigos), a SORN já decidiu realizar duas exposições em 2010. A primeira acontecerá no Bosque das Mangueiras, no bairro de Lagoa Nova, em Natal, nos dias 4, 5 e 6 de junho, coincidindo com a Semana do Meio Ambiente. A segunda será a EXPOSORN, marcada para os dias 3, 4 e 5 de setembro, no mesmo local. Esse evento, que já se tornou tradicional no Nordeste, comemora o aniversário da entidade orquidófila norte-riograndense.

Entrevistas da ACEO – Nº 15: Para o Dr. Ângelo Lo Ré, a Cattleya labiata tem “algo mágico”

Entre albas, semialbas e flores tipo, Ângelo contabiliza a floração da semana no labiatário.
Entre albas, semialbas e flores tipo, Ângelo contabiliza a floração da semana no labiatário.

A esposa Katia e as filhas Carol e Vitória são, no coração do Dr. Benedito Ângelo Lo Ré, as únicas paixões mais fortes do que as orquídeas. Ginecologista, obstetra e também auditor, ele reside em Serra Negra, interior de São Paulo, e é um dos mais respeitados nomes da orquidofilia brasileira, assumindo, sem disfaces, a condição de “labiateiro” inveterado. Aqui, transcrevemos sua entrevista ao “Boletim ACEO”.

Associação Cearense de Orquidófilos: O amor dispensa explicações. Mesmo assim, tente explicar sua paixão pela Cattleya labiata.

Ângelo Lo Ré: Como foi dito na pergunta, sem explicações. Mas vou tentar. No começo é aquela febre, a gente coleciona até capim com cara de orquídea. Meu começo, na verdade, não teve uma data marcante. Meu pai sempre cultivou orquídeas. Hoje, com 84 anos, cuida de todas as suas plantas diariamente. Foi assim que eu cresci, vendo orquídeas, cuidando de orquídeas. Com o decorrer dos anos, casei-me e construí meu próprio orquidário. Acredito que, há cinco anos, comecei a enxergar algo mágico nas labiatas. Talvez eu sempre as visse, mas não as enxergava. Foi admirando os desenhos do labelo e, principalmente, notando as diferenças, que a paixão começou. Paixão, diga-se de passagem, com cara e toda pinta de alucinação. Comprei lotes. Coleções mesmo, daquelas de fazer lista, e indo atrás de cada uma. Como gosto de estudar, não comprei só labiatas, mas também livros. Vários deles. Aí a paixão aumentou. Juntos, a coleção e o estudo fizeram de mim um labiateiro. Anos a fio lendo, cuidando, estudando e conversando muito com os criadores.

ACEO: E o que você descobriu na Cattleya labiata?

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3º FestOrquídeas: Um presente à cidade de Fortaleza

Entre os dias 13 e 15 de novembro, Fortaleza viveu uma das mais belas festas de seu calendário. Foi quando o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, que comemora 10 anos de criação, abrigou o 3º FestOrquídeas de Fortaleza, o grande evento anual realizado pela Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO).

A exposição superou todas as expectativas de público. Com excelente divulgação na mídia, atraiu milhares de pessoas, que durante três dias desfilaram diante das bancadas recobertas de flores. Em ambiente festivo, realizaram-se as três oficinas de cultivo de orquídeas previstas na programação (com o Prof. Roberto Takane e os orquidófilos Marco Aurélio e Juliana Coelho repassando informações aos principiantes) e mais duas “fora do script”, oferecidas pelo Prof. Takane, por conta da demanda do público, sempre em busca de orientações. Já no primeiro dia, Takane fez o lançamento do livro Cultivo Técnico de Cactos e Suculentas Ornamentais, de sua autoria e dos engenheiros agrônomos Kathia Fernandes Lopes Pivetta e Sérgio Shoji Yanagisawa.

Ao lado do Ateliê de Arte, local da exposição, organizou-se a feira de orquídeas, plantas ornamentais e diferentes insumos de interesse dos orquidófilos. Mais uma vez, marcou presença o Orquidário Flores do Lago, de Minas Gerais, sempre com grande estoque de orquídeas, para deleite dos colecionadores e dos apreciadores.

O segundo dia da exposição (sábado, dia 14) foi marcado por dois extraordinários programas. Pela manhã, organizou-se visita à Fazenda Park, de Luis Farias e Vanessa Medeiros, membros da ACEO. Ali, o fotógrafo Sérgio Araújo mostrou fantástica seleção de fotos de orquídeas e repassou preciosas informações sobre como fotografar essas flores. Os visitantes percorreram o orquidário e o cactário dos anfitriões, sendo brindados, ao final, com um banquete à sombra dos cajueiros. Como cenário, os bem cuidados jardins da fazenda e o espelho d’água da Lagoa de Genipabu. À noite, no auditório do Dragão do Mar, Delfina de Araújo ministrou palestra sobre Cattleyas brasileiras e autografou, juntamente com Sérgio, o livro Orquídeas Brasileiras. Os que compareceram consideraram o evento, no mínimo, imperdível.

O terceiro dia teve, como agendamento principal, a entrega do troféu Labiata de Ouro aos vencedores nas seis categorias de premiação do 3º FestOrquídeas (veja as Fotos das campeãs do FestOrquídeas de 2009).

Durante toda a exposição, esteve disposta uma bancada com diversos elementos relacionados ao cultivo de orquídeas, acompanhados de informações em braile. O espaço foi montado com apoio da Sociedade de Assistência aos Cegos e destinava-se a acolher o público formado pelos deficientes visuais, ao mesmo tempo em que alertava a sociedade para a causa da inclusão.

O FestOrquídeas 2009 contou, ainda, com a presença de inúmeros visitantes vindos de outros Estados para prestigiar o evento. Presidentes de entidades orquidófilas e outros amantes das orquídeas chegaram do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Orquidófilos da Paraíba, por sua vez, alugaram uma van e percorreram mais de 700 Km de estradas para confraternizar com seus colegas cearenses no cenário da exposição.

No mais, vamos deixar que as fotos contem a história.

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Em dezembro, Curso de Cultivo de Orquídeas na UFC

O Prof. Roberto Jun Takane, do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará, vai ministrar novo Curso de Cultivo de Orquídeas, desta feita com ênfase em “Propagação e Controle de Doenças e Pragas”. O programa está agendado para os dias 11 (sexta-feira, de 19h30min às 21h30min) e 12 de dezembro (sábado, de 8h às 17h).

O número de vagas é limitado. As inscrições podem ser feitas no dia da abertura, ou na ACEG – Associação Científica de Estudos Agrários, no Bloco 847 do Centro de Ciências Agrárias da UFC, no Campus do Pici, em Fortaleza. A taxa cobrada é de R$ 40,00, mas estudantes pagam apenas R$ 20,00. Informações complementares podem ser obtidas pelos fones (85) 3366.9736 e 3287.6188.