Orquídeas: quem ama, fotografa (08)

Guilherme Corigliano, de Poços de Caldas, alimenta desde criança sua paixão pelas orquídeas. Cresceu, praticamente, dentro de um orquidário, pois seu pai, Pedro Corigliano, era um grande orquidófilo naquela aprazível cidade mineira, onde trabalhava com paisagismo e comércio de plantas ornamentais. Seu hobby era o cultivo de orquídeas, chegando, em determinado momento, a possuir cerca de 10.000 vasos com plantas raras para a época (anos 80), como a maravilhosa Cattleya walkeriana ‘Feiticeira’ (a original e verdadeira). Hoje, Guilherme tanto ama as orquídeas quanto a fotografia. Sua página no Flickr – https://www.flickr.com/photos/guilhermecorigliano/ – apresenta fantásticas imagens, que ele capta tanto no seu orquidário como no dos amigos e nas exposições que visita. Eis aqui uma pequena amostra.

Bifrenaria harrisoniae
Bifrenaria harrisoniae
Cattleya amethystoglossa 'Guilherme Corigliano'
Cattleya amethystoglossa ‘Guilherme Corigliano’
Cattleya Chocolate Drop 'Kodama' AM/AOS
Cattleya Chocolate Drop ‘Kodama’ AM/AOS
Cattleya Harrisoniana 'Afrodite'
Cattleya harrisoniana ‘Afrodite’
Cattleya labiata var. rubra.
Cattleya labiata var. rubra.
Cattleya lueddemanniana 'Poços de Caldas'.
Cattleya lueddemanniana ‘Poços de Caldas’.
Cattleya schroederae.
Cattleya schroederae.
Cattleya walkeriana.
Cattleya walkeriana.
Coelogyne cristata.
Coelogyne cristata.
Dendrobium secundum.
Dendrobium secundum.

Dia 11, abre-se a 5ª Exposição de Orquídeas de Esmeraldas (MG)

Cartaz - Esmeraldas 2015Em Esmeraldas-MG, a Sociedade Orquidófila local anuncia sua 5ª Exposição de Orquídeas, que vai de 11 a 13 de setembro, na Escola Estadual Visconde de Caeté (Praça Getúlio Vargas, no centro da cidade). A abertura ao público será às 20:00h da sexta-feira, dia 11. O encerramento acontece no domingo, dia 13, às 18:00h, após entrega das premiações.

A organização do evento aceita a doação de gêneros alimentícios não perecíveis, a serem destinados a ações beneficentes. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (31) 9789.5558 e (31) 8352.8866, ou pelo endereço: soeesmeraldas@gmail.com

Orquídeas: quem ama, fotografa (07)

Sônia Maria Puperi Alves da Silveira tem 67 anos e é professora aposentada. Reside em Guaporé, Rio Grande do Sul, de onde envia a foto de um Cymbidium por ela cultivado. Esta edição do “Quem ama, fotografa” traz, portanto, apenas uma foto, mas se enriquece com a beleza da flor que “posou” para a Profª Sônia Maria. Guaporé fica na Serra Gaúcha, cujo clima favorece ao cultivo de espécies como o Cymbidium. A cidade – um importante polo produtor de joias e lingerie – é considerada um dos 50 melhores lugares para se viver no Brasil.

Cymbidium
Cymbidium

“Orquídeas de Mato Grosso do Sul”, de Sérgio Ostetto, nas livrarias

Orquídeas de Mato Grosso do Sul - CapaA Fina Orquídea, livraria virtual especializada em obras da área de Orquidofilia e Orquidologia, está anunciando um lançamento longamente aguardado: o livro de Sérgio Ostetto sobre as “Orquídeas de Mato Grosso do Sul”. É o resultado de 18 anos de pesquisas e abrange 238 espécies, incluindo nomes, sinônimos e habitats.

Orquídeas de Mato Grosso do Sul - Página internaCom 141 páginas, em papel couché, e ilustrado com fotografias coloridas, o trabalho também inclui noções gerais de cultivo, além de curiosidades. Obra imprescindível na biblioteca de todo orquidófilo interessado pelas espécies brasileiras. Preço de capa: R$ 50,00 (incluindo o frete).

Atenção: o site da Associação Cearense de Orquidófilos (www.orquidofilos.com) apenas informa sobre os lançamentos editoriais. Nós não desenvolvemos atividades comerciais. Interessados em adquirir o livro de Sérgio Ostetto devem se dirigir diretamente à Fina Orquídea, através de um dos endereços: contato@finaorquidea.com ou livros@finaorquidea.com

Orquídeas: quem ama, fotografa (06)

A seleção de fotos desta sexta-feira foi enviada por Rogério Sella, que atualmente ocupa a Diretoria de Eventos da Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO). Ele reside em Fortaleza, mas seu orquidário está instalado em Tabatinga, no município de Maranguape (cidade-berço do grande Chico Anísio). Todas as fotos são de sua autoria e todas as plantas fotografadas são cultivadas por ele e pela esposa, Kalina.

Blc. Nobile's Bruno Bruno
Blc. Nobile’s Bruno Bruno
Blc. Chumyeah
Blc. Chumyeah
Blc. George King 'Serendipty'
Blc. George King ‘Serendipty’
Bc. Pastoral 'Rokali Seacamp'
Bc. Pastoral ‘Rokali Seacamp’
Cattleya violacea tipo
Cattleya violacea tipo
Cattleya walkeriana
Cattleya walkeriana
Cattleya labiata amesiana
Cattleya labiata amesiana
Cattleya labiata rubra
Cattleya labiata rubra
Cattleya labiata semialba
Cattleya labiata semialba
Lc. Tropical Pointer
Lc. Tropical Pointer

 

Poços de Caldas anuncia a 43ª Exposição Nacional de Orquídeas

Cartaz - Poços de Caldas 2015O Círculo de Orquidófilos de Poços de Caldas e a Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Turismo e Cultura, realizam, nos próximos dias 28, 29 e 30 de agosto, sua 43ª Exposição Nacional de Orquídeas. A abertura oficial se dará às 20:00h da sexta-feira, 28,  iniciando-se a visitação às 08:00h do domingo, 29.

O evento acontecerá no Espaço Cultural da URCA, onde serão ministrados cursos para principiantes e para aqueles que já têm alguma experiência no cultivo de orquídeas. Os cursos são gratuitos e a entrada é franca, mas os organizadores sugerem, como contribuição voluntária, um quilo de alimento não perecível. As doações serão repassadas à Associação do Voluntariado contra o Câncer-AVOCC.

Matéria do boletim “Lusorquídeas” destaca a Cattleya labiata

Lusorquideas 001A revista Lusorquídeas, boletim oficial da Associação Portuguesa de Orquidofilia (APO), circula, em seu vol. VII, nº 01, com matéria do professor e jornalista Italo Gurgel, diretor de Comunicação da Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO). A convite da presidente da APO, Graziela Meister, o autor discorre sobre a floração da C. labiata em seu orquidário, a partir de estatísticas que comprovam a ocorrência de flores em todos os meses do ano.

Segue-se o texto da revista portuguesa, ilustrado com fotos também de autoria de Italo:

Cattleya labiata: flores o ano inteiro?

Lusorquideas 002A floração é, sem dúvida, a apoteose do ciclo vegetativo da orquídea. Em função dela é que nós, cultivadores, cercamos de cuidados nossas plantas, de janeiro a dezembro. Daí, quando as flores reaparecem, com seu espetáculo de cores e perfumes, nos sentimos recompensados por todos aqueles pequenos cuidados que dispensamos aos vasos durante meses: as regas, adubações, aplicações de defensivos, trocas de substrato, podas de folhas e pseudobulbos ressequidos…

As flores, eu diria, são o oxigênio que retempera nossa paixão pela orquidofilia. Diante disso, a escolha de espécies tendentes a oferecer floradas generosas é fundamental para garantirmos nossa cota de periódica de alegria e deleite estético.

Buscar as orquídeas mais floríferas e que atendam ao nosso gosto particular é um exercício permanente e desafiador. Creio que, nessa tarefa, o principal critério a ser considerado é escolher espécies endêmicas de nossa região, afeitas, portanto, às condições climáticas que irão encontrar no orquidário. Logo em seguida, vem a busca pela adaptabilidade e rusticidade, características que asseguram uma rápida aclimatação da planta ao ambiente artificial onde será cultivada, permitindo-lhe, em pouco tempo, e na plenitude, retomar seu ciclo e cuidar daquilo que a natureza lhe ensinou: produzir flores para garantir a perpetuação da espécie.

Em minha “caça” à orquídea florífera, assestei a pontaria, há alguns anos, na Cattleya labiata Lindl., flor de grande porte, extraordinariamente perfumada, fácil de ser cultivada e com um grande número de variedades. Sendo nativa do Nordeste brasileiro, a região onde habito, acreditei que ela não se sentiria desgarrada, ao ocupar o cantinho que lhe reservei.

Lusorquideas 003Tenho meu orquidário na periferia da cidade de Fortaleza, a cidade brasileira mais próxima da Europa, distando 5.600 km de Lisboa. A C. labiata vegeta em áreas localizadas cerca de 50 a 100 quilômetros do mar e em altitudes que variam de 500 a 1.000 metros. Essas diferenças, porém, não comprometem a adaptação da planta a novos ambientes. Ela atende àquele pré-requisito, já apontado, de rusticidade e adaptabilidade, podendo ser encontrada em orquidários de todo o Brasil, mesmo os da Região Sul do país, onde se registram invernos rigorosos, com temperaturas abaixo de zero grau.

Segundo Arthur W. Holst, que prefaciou o livro “Cattleya labiata autumnalis”, de L.C. Menezes, talvez o cultivo fácil dessas plantas “possa ser explicado pela sua diversidade em seu ambiente natural, o qual é extremamente inóspito na maioria do ano. A conclusão é lógica: se elas podem crescer e florescer por lá, podem crescer e florescer em qualquer lugar!”

O que me fascina, porém, no cultivo da C. labiata, é seu “desdém” pelo calendário. Embora a literatura orquidófila identifique seu período de floração entre os meses de novembro e dezembro, estendendo-se até o início do outono brasileiro (março), no Ceará essa distribuição temporal é ignorada pela espécie. Há muito tempo, mantenho um criterioso registro de todas as floradas em meu orquidário e o que talvez surpreenda é que tenho vasos floridos em absolutamente todos os meses do ano.

Exponho, a seguir, informações sucintas sobre as condições de cultivo que pratico:

O ORQUIDÁRIO – Localiza-se na Região Metropolitana de Fortaleza (300 km ao sul da linha equatorial), mais precisamente no município de Eusébio, que ocupa uma planície arenosa de tabuleiros litorâneos, com altitude média de 20 metros. A temperatura apresenta variação anual de 24°C a 32°C à sombra, com uma leve queda entre junho e agosto. O orquidário está a cerca de 10 km da praia, em linha reta, interpondo-se, nesse percurso, os mangues do rio Pacoti. A brisa sopra de leste durante o ano inteiro, transformando-se em ventos mais fortes nos meses de agosto e setembro.

Lusorquideas 004A COLEÇÃO – São, ao todo, 156 touceiras adultas de C. labiata, parte delas fixada em toras da madeira Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia), parte em vasos de cerâmica contendo os mais diferentes substratos: casca de coco cortada em pellets, frutos secos da palmeira tropical Catolé (Syriagus cearenses), carvão, brita, esfagno… Os vasos e demais suportes estão pendurados em varais, no orquidário, que é recoberto com a tela de sombreamento de 70%, sem a superposição de plástico impermeabilizante.

Na irrigação, utiliza-se um sistema de nebulização, controlado por temporizador (timer), com quatro regas diárias de três minutos, todas no período da manhã. A adubação é feita com intervalos de 15 dias, alternando-se os produtos B&G (macro e micronutrientes, na formulação 5-6-7) e Superthrive, este, em doses homeopáticas. Na proteção contra pragas e doenças, aplica-se, preventivamente, a cada três meses, um defensivo natural, não tóxico, fabricado pela “Naturalcamp”, e um fungicida sistêmico, que exige o uso de equipamento de proteção individual.

ESTATÍSTICA – Com os tratos culturais e o ambiente acima descritos, a C. labiata tem oferecido excelente resposta, não só expandindo o enraizamento e multiplicando as novas brotações, como produzindo uma profusão de flores.

Em 2014, do total de 156 plantas observadas, 130 floriram, muitas delas mais de uma vez, totalizando 218 florações. Em alguns casos, as estatísticas são particularmente curiosas: a labiata nº 56 floriu cinco vezes no ano e a de nº 91 produziu 14 flores em apenas duas floradas, o que não deixa de ser uma façanha para uma Cattleya unifoliada.

O gráfico que se segue revela o total de florações, mês a mês:

Lusorquideas 007

Como se pode ver, o recorde aconteceu em janeiro (49), seguindo-se queda constante até julho (1) e uma nova escalada, até chegar ao mês de dezembro (36).

Lusorquideas 005Cabe comentar que este levantamento estatístico não se propõe de caráter científico, mas intenta apenas ilustrar uma situação de cultivo que pode, eventualmente, inspirar novas experiências ou embasar pesquisas mais aprofundadas, em outros ambientes e latitudes, com esta ou outras espécies de orquidáceas.

Para concluir, impõe-se um alerta – senão, um grito: hoje, os estoques da Cattleya labiata Lindl., em seu hábitat natural, estão seriamente comprometidos. Além da coleta indiscriminada, soma-se o agravante da derrubada da floresta nativa para dar lugar ao plantio de bananeiras, prática absurda, porém muito comum nas serras úmidas do Ceará e em regiões de outros estados do Nordeste brasileiro onde essa espécie ocorre. Diante de tal realidade, cresce a importância dos orquidófilos como responsáveis pela salvaguarda e perpetuação daquela que é, certamente, a mais bela orquídea brasileira.