O papel das associações orquidófilas do Nordeste

O workshop “O papel das associações orquidófilas do Nordeste” realizou-se no sábado, 17 de novembro, entre 16h e 18h, na Casa de José de Alencar, em Fortaleza (CE). Tendo como facilitador o Presidente do Núcleo Orquidófilo Castello Branco, de São Paulo, Leonardo Freitas do Valle (ex-Presidente da ASSOPE), o encontro informal, precedido de uma visita aos acervos reunidos no local onde nasceu o grande romancista cearense, integrou a programação do I FestOrquídeas de Fortaleza. Participaram representações do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, além de convidados especiais – o próprio Leonardo, o Vice-Presidente da CAO Vi-Va, José Francisco Vannucchi e sua esposa, Nina.

A discussão, sem caráter deliberativo, foi provocada para se buscar uma aproximação maior entre as entidades orquidófilas do Nordeste. Todos os presentes, representando ou não as respectivas associações, puderam pronunciar-se, o que resultou no exame de diversas questões comuns a essas entidades. Segue-se um repasse dos principais temas colocados pelos participantes, a partir de exposição introdutória feita por Leonardo do Valle:

  • Considerou-se extremamente válido que se estabeleça um calendário regional de exposições, evitando a superposição na data de realização desses eventos. O objetivo é fortalecer as exposições, possibilitando uma participação maior dos orquidófilos nordestinos em todas elas. Visite esse link para ver a atual distribuição desses eventos ao longo do ano.
  • Foi sugerida a criação de um calendário (bienal) de exposições no Nordeste, alternando-se sua realização entre as principais cidades da região.
  • Foi vivamente desaconselhada a criação de uma coordenação regional de entidades orquidófilas.
  • Comentou-se a necessidade de, à margem das exposições, se organizarem encontros, sobretudo entre os membros das diretorias de associações, a fim de fortalecer os laços entre si.
  • Considerou-se que é papel das associações nordestinas incentivar o estudo de plantas da região, assim como procurar reproduzi-las, criando, para tal, estruturas de laboratório.
  • Comentou-se que as entidades orquidófilas do Nordeste devem ir além da realização de exposições e envolver-se mais em questões de interesse social.
  • Considerou-se importante que se divulguem as iniciativas das associções, para lhes dar maior visibilidade e conquistar novos adeptos para a orquidofilia.
  • Denunciou-se a devastação de áreas ricas em orquidáceas (foi citado o caso da Cattleya granulosa), por conta da especulação imobiliária, o que acontece, na maioria das vezes, com a anuência ou omissão do poder público.
  • Solicitou-se à ACEO que divulgue o trabalho realizado pela entidade para salvar o que resta da mata nativa na serra de Uruburetama, um dos redutos da Cattleya labiata e de várias outras espécies no Ceará.
  • Lamentou-se a presença de “mateiros”, comercializando plantas retiradas de seu ambiente natural, nas proximidades das exposições realizadas em diversas cidades. Sugeriu-se que, em todas essas ocorrências, se procure acionar o Ibama para combater a ação criminosa.
  • Foi lembrado o trabalho desenvolvido pela APO, na Paraíba, de divulgação da orquidofilia junto aos jovens, em especial durante as Feiras de Ciências nas escolas.
  • Ressaltou-se a inexistência de rivalidades e o bom entrosamento que já ocorre entre associações de Natal, João Pessoa, Campina Grande e Recife, o que seria facilitado pela proximidade geográfica. Por outro lado, foi lembrado que a ACEO, no Ceará, tem como “vizinhos” mais próximos a SORN e a CPO, de Natal, a 550 km de distância.
  • Foi lembrada a necessidade de se oferecer apoio à AOSE (de Aracaju), entidade que tem grandes potencialidades e que poderá integrar-se, no futuro, ao calendário de exposições no Nordeste.
  • Foi ressaltada a mudança no próprio perfil das associações, que antes eram entidades fechadas, elitistas, e que hoje reúnem um público numeroso e muito heterogêneo.
  • Foi realçado o fato de que a orquidofilia vem sendo desmistificada como atividade elitista, tanto pela atuação das associações como pela própria mudança no mercado de plantas, que hoje são comercializadas a preços acessíveis, graças às modernas práticas de reprodução.

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