Híbrido de Catasetum recém-criado homenageia a Terra da Luz

O novo híbrido resulta do cruzamento de Ctsm. macrocarpum (dir.) e Ctsm. mattosianum (esq.). (Fotos: J. Araújo)

A cidade de Sorriso, em Mato Grosso, reconhecida como a Capital Nacional do Agronegócio e maior produtor individual de soja no planeta, também produz Catasetum, essa orquídea bela e intrigante, cultivada por milhares de orquidófilos no mundo inteiro. Agora mesmo, dois novos híbridos foram registrados, na Royal Horticultural Society, pelo cultivador e pesquisador Jânio Araújo, ali residente. Um deles é o Catasetum Heloysa Oliveira Souza (Ctsm. juruense x Ctsm. macrocarpum); o outro é o Catasetum Terra da Luz (Ctsm. macrocarpum x Ctsm. mattosianum).

Ctsm. Terra da Luz var. verde claro. (Foto: Juan Fernandes)

Destaque-se que o Ctsm. Terra da Luz foi assim denominado numa homenagem de J. Araújo à orquidófila Vera Coelho, ex-presidente da Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO), e cujo orquidário traz o nome de “Terra da Luz”. Vera cultiva orquídeas há mais de duas décadas. Sua coleção, inicialmente, se abrigava no estábulo do Sítio Xapuri, de sua família, no município do Eusébio/CE. Depois disso, o orquidário mudou de lugar duas vezes, mas sempre preservando a denominação inicial, que, por sua vez, se inspira no próprio Estado do Ceará. A designação de “Terra da Luz” foi dada pelo grande tribuno e abolicionista José do Patrocínio, por ter sido esta a primeira província a libertar os escravos no Brasil, em 1884.

Ctsm. Terra da Luz var. verde escuro. (Foto: J. Araújo)

Assim, o Ctsm. Terra da Luz, registrado a 9 de junho de 2020, pela RHS, traz em seu nome um nobre significado, que remete ao espírito libertário dos cearenses e que, ao mesmo tempo, representa um tributo a uma das mais representativas figuras da orquidofilia cearense. Vera Coelho, apreciadora do gênero Catasetum, se corresponde há muito tempo com Jânio Araújo. Este, por sua vez, apaixonou-se pelas orquídeas em 2008. A partir de 2010, dedicou-se exclusivamente aos Catasetum e afins, já tendo criado e registrado uma série de magníficos híbridos.

Observação: “Nos registros dos cruzamentos, por convenção, escreve-se primeiro o nome da ‘mãe’ (Seed Parent, a planta que doou a flor, os ovários, os óvulos) e depois o do ‘pai’ (Pollen Parent, a planta que doou o pólen).” (Prof. René Rocha, em “ABC do orquidófilo”)

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