Entrevista nº 19: Lindon Barros fala da ASSOPE e da 1ª Bienal de Orquídeas do Nordeste

Lindon Barros (à direita) com o cantor Lenine, patrono da Bienal.

Lindon José Teixeira Barros, analista de sistemas com especialização em gestão de projetos de software, é presidente da Associação Orquidófila de Pernambuco (ASSOPE), desde 2007. Entre 2005 e 2007, ocupou o cargo de diretor de Exposições e Eventos da entidade, na gestão do presidente Roberto Brito. Aqui, Lindon conversa com a presidente da ACEO, Vera Lúcia Matos Coelho, discorrendo sobre a ASSOPE e sobre a I Bienal de Orquídeas do Nordeste, que acontece, de 20 a 23 de outubro, no Recife.

Vera Coelho – Como você descobriu a ASSOPE?

Lindon Barros – Conheci a ASSOPE em uma de suas exposições, em março de 2004. Minha mãe havia assistido a uma reportagem exibida pela Globo sobre a exposição e me chamou para acompanhá-la. Somente conhecia como orquídea as Cattleya lilases e me encantei com a diversidade de cores, tamanhos e formas. Fiquei tanto tempo observando a exposição, que devo ter chamado a atenção de um associado, que me abordou e, em um breve batepapo, me ofereceu o curso de iniciação ao cultivo de orquídeas promovido pela Associação. Gostei da ideia e logo fiz a inscrição. Foi o “empurrãozinho” que faltava para entrar no mágico mundo da orquidofilia.

VC – Fale um pouco da ASSOPE, de sua história, e dos projetos atuais.

LB – A ASSOPE foi fundada, em 27 de junho de 1978, por um grupo de apaixonados por orquídeas e, inicialmente, fazia suas reuniões e exposições no Museu do Estado. Alguns anos mais tarde, depois de muita dedicação e esforço, conseguiu, junto à Prefeitura do Recife, um terreno onde foi erguida a nossa sede. Hoje a ASSOPE é considerada de utilidade pública municipal e estadual, contando com uma sede própria, com 900 m2 de área construída. Dispõe de biblioteca, auditório multimídia, loja de suprimentos, secretaria e salão de exposições. Funciona de segunda a sexta-feira, atendendo aos associados e ao grande público. Os primeiros anos do nosso trabalho à frente da Diretoria tiveram como foco principal a reaproximação de antigos associados, grandes orquidófilos e orquidólogos que, por motivos diversos, tinham se afastado da Associação. Também focamos na reestruturação e modernização da sede, a fim de proporcionar mais conforto e melhor atender ao associado. Começamos a promover exposições fora do Recife, levamos nossas orquídeas e nosso conhecimento para as cidades de Caruaru e Cabo de Santo Agostinho. Estreitamos os laços com as associações orquidófilos dos Estados vizinhos, como Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas e Ceará, promovendo maior intercâmbio. O objetivo, em 2012, é construir um orquidário em nossa sede, somente com orquídeas pernambucanas, para que seja utilizado para estudo e divulgação de nossas espécies. Pretendemos estabelecer parcerias com órgãos públicos e empresas privadas, criando projetos de preservação, conscientização e educação ambiental.

VC – Recife sediará a I Bienal de Orquídeas do Nordeste. Quais as dificuldades e aspectos positivos na realização desse evento?

LB – Em outubro, realizaremos a I Bienal de Orquídeas do Nordeste e o I Workshop de Orquídeas de Pernambuco. Durante esses eventos, promoveremos palestras, cursos, oficinas de cultivo e mesas-redondas com renomados palestrantes. São eventos nunca antes vistos no Nordeste e que reunirão mais de mil colecionadores, distribuídos em 10 associações orquidófilas de sete estados nordestinos (Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas, Sergipe e Bahia). O público estimado é de 30 mil pessoas. O objetivo é fortalecer as relações entre os colecionadores, cultivadores e produtores de orquídeas e integrá-los com o público local e turístico, criar um intercâmbio técnico-científico relacionado ao cultivo de orquídeas, difundir tecnologias de produção de baixo impacto sobre os agroecossistemas e ampliar a qualidade da produção de orquídeas no Estado de Pernambuco. As maiores dificuldades encontradas para a realização de um evento desse porte são a alocação de recursos e a logística. Os preparativos já têm praticamente um ano. Estamos acostumados a realizar nossas exposições e mostras em nossa sede, mas a bienal exige uma estrutura bem maior. Optamos por fazê-la no Parque da Jaqueira, por ser um parque municipal, com boa estrutura e excelente localização. Também é preocupação nossa atrair o maior número possível de orquidófilos do Nordeste. Para isso, estamos trazendo cinco orquidários comerciais e convidamos orquidófilos, pesquisadores e autoridades das regiões Sul e Sudeste para proferir palestras, oficinas e cursos durante o workshop. A orquidofilia pernambucana e nordestina sempre foi um celeiro de grandes colecionadores e pesquisadores. Pernambuco tem hoje uma ASSOPE forte, renovada, moderna, consciente de suas responsabilidades sociais Tenho certeza de que a Bienal será um marco na orquidofilia brasileira.

3 comentários em “Entrevista nº 19: Lindon Barros fala da ASSOPE e da 1ª Bienal de Orquídeas do Nordeste”

  1. Acho que a ASSOPE em relação a outras associações nordestinas não merecia sediar a 1ª Bienal de Orquídeas do Nordeste. Não sei quais foram os critérios adotados para tal escolha. Mas…
    Pois, em termos de atuação é muito fraca e deixa muito a desejar. Estou morando em Pernambuco há alguns anos e, vejo mouco movimento da mesma, espero que as ações comecem a aparecer.
    Acho que esse privilégio foi indevido. Não sou associada, pois as poucas vezes que fui até a sede, os eventos organizados pela mesma me desestimularam.
    (espero que meu comentário não seja tomado como uma critica negativa, mas como anseio para que a nossa associação se torne mais atuante)

    ESPERO QUE ESTE EVENTO SEJA BEM SUCEDIDO, DESEJO SUCESSO A TODOS OS ENVOLVIDOS NESSE PROJETO!

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  2. Boa tarde D. Dalva,

    O critério de escolha para a bienal do Nordeste é por sorteio, onde todas as capitais terão a chance de sediar a bienal. Em relação a associação ser atuante é necessário que as pessoas que cultivam orquídeas façam por ela. “Uma andorinha só não faz verão”.
    Aqui na ACEO nós procuramos dividir tarefas, fazemos mini cursos, encontros mensais e diversas atividades. Não é fácil, quem está a frente de uma associação sabe a trabalheira que dá manter um grupo.
    A senhora poderia entrar na ASSOPE e dar sua contribuição juntamente com o presidente, com certeza ele agradecerá sua ajuda.

    Atenciosamente,
    Juliana Coelho
    Fortaleza- CE

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