Orquídeas do mato? – Tô fora!

Orquídeas na Serra da Aratanha
Orquídeas preservadas em seu ambiente natural.

A Associação Cearense de Orquidófilos condena com veemência a compra de orquídeas retiradas da natureza. A seus associados, a ACEO aconselha a aquisição em bons orquidários comerciais, onde se comercializam plantas saudáveis, de boa qualidade, reproduzidas legalmente, em laboratório.

Se todos resolvessem coletar orquídeas na mata, em breve não haveria mais orquídeas. Nem mata, pois os ecossistemas são frágeis e o desaparecimento de uma espécie pode determinar o fim de todas as demais. A orquidofilia está intimamente associada à causa ecológica e todo cultivador de orquídeas deve ser, acima de tudo, um defensor do meio ambiente. Na ACEO, defender a natureza não é apenas figura de retórica, mas uma prática.

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Orquídeas do mato? Tô fora!

Cattleya labiata
Alvo da coleta predatória, a Cattleya labiata, presente nas serras cearenses, é uma das espécies ameaçadas de extinção (clique na foto para ampliar).

A Associação Cearense de Orquidófilos condena com veemência a compra de orquídeas retiradas da natureza. A seus associados, a ACEO aconselha a aquisição em bons orquidários comerciais, onde se tem garantia de que encontraremos plantas saudáveis, de boa qualidade, reproduzidas legalmente, em laboratório.

Há um motivo fundamental para todo orquidófilo consciente recusar a “planta do mato”. Trata-se de uma atitude eticamente condenável e inspirada em puro egoísmo. Se todos resolvessem coletar orquídeas na mata, em breve não haveria mais orquídeas. Nem mata, pois os ecossistemas são frágeis e o desaparecimento de uma espécie pode determinar o fim de todo o conjunto. A orquidofilia está intimamente associada à causa ecológica e todo cultivador de orquídeas deve ser, acima de tudo, um defensor do meio ambiente. Na ACEO, defender a natureza não é apenas figura de retórica, tem que ser uma prática.

Vem agora outra questão: a coleta na natureza, transporte e comercialização de orquídeas assim obtidas são atos criminosos, para os quais se prevê punição. De acordo com a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, em seu Art. 48, “receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal (…)” é crime passível de detenção, de seis meses a um ano, e multa.

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As orquídeas da inclusão

Italo Gurgel (Jornalista e Presidente da ACEO)

Algumas exposições de orquídeas costumam ser mais do que exposições de orquídeas. Explicitamente ou nas entrelinhas, elas repassam mensagens que o público absorve, na medida em que se deleita com as cores e perfumes das flores, com sua magia e mania de fascinar. Aqui, alerta-se para a necessidade de proteção dos ambientes naturais; ali, as orquídeas se apresentam como saudável terapia, carreando benefícios para a mente e o corpo, promovendo o encontro de pessoas, ampliando as teias de amizades.

Hoje, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, se abre o 3º FestOrquídeas, exposição de flores cultivadas – quase todas elas – em Fortaleza e cercanias. Vocacionado para derrubar tabus, o evento pulveriza a ideia de que orquídea somente floresce em clima frio ou temperado. Ledo engano! As orquidáceas são rústicas, fáceis de cultivar, e a maioria se adapta, sem traumas, a novos ambientes.

O FestOrquídeas desmente, ao mesmo tempo, que orquidofilia é diletantismo de gente abonada. A Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO), reunindo quase 100 cultivadores, é ponto de encontro de heterogênea tribo, que inclui estudantes e profissionais liberais, donas de casa e jardineiros, funcionários públicos e empresários, crianças e aposentados de todos os níveis sociais (detalhe que, aliás, não tem qualquer relevância no grupo).

Este ano, o FestOrquídeas programou uma ação inclusiva. Na entrada da exposição, uma grande bancada vai expor, didaticamente, elementos da orquidofilia acompanhados de textos em braile. O objetivo evidente é comunicar-se com os deficientes visuais, que poderão tocar as plantas, sentir a textura das flores e seu perfume. Vai-se demonstrar que, para apreciar orquídeas, não existem barreiras. Basta ter sensibilidade. Sensibilidade que falta, por exemplo, aos que devastam nossas matas e outros ricos ambientes naturais, onde espécies vegetais estão desaparecendo sem mesmo deixar rastros na literatura botânica. Estes, sim, é que são carentes de visão.

(Artigo publicado pelo jornal “O Povo”, de Fortaleza, edição de 13.11.2009)

CPO expõe e Natal recebe orquidófilos de vários estados

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Orquídeas no Bosque das Mangueiras – um presente do CPO à cidade.

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Bela Cattleya labiada (premiada) e Cattleya Portia.

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Bifrenaria tetragona e Bl. R. Muller x Penny Kuroda.

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Na exposição, um lugar importante para as Vandaceas.

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Híbridos: sucesso garantido entre o grande público.

Orquidófilos do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Alagoas se encontraram em Natal, onde, nos dias 13, 14 e 15 de março realizou-se a 16ª Exposição do Círculo Potiguar de Orquidófilos (CPO). A Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO) esteve presente com uma expressiva delegação.

A exposição aconteceu no Bosque das Mangueiras, onde também foram comercializadas orquídeas (pelo Orquidário Flores do Lago, de MG) e outras plantas. Os visitantes puderam apreciar espécies e híbridos dos mais variados, recebendo explicações de atenciosos membros do CPO que se revezavam no local. A presidente da entidade, Selene Costa Garcia, e demais membros da Diretoria foram insuperáveis em distribuir gentilezas. 

A comissão julgadora esteve formada pelo Diretor Técnico da Associação Paraibana de Orquidófilos (APO), Hugo Leite de Albuquerque; o Presidente da Associação Orquidófila de Pernambuco (ASSOPE), Lindon Barros; e o Presidente da ACEO, Italo Gurgel. Um troféu de confecção artesanal e de muito bom gosto premiou os vencedores.

O próximo encontro dos orquidófilos nordestinos já está marcado. É nos nos próximos dias 20, 21 e 22 de março, quando a ASSOPE realiza, no Recife, sua 33ª Exposição.

O Nordeste expõe suas orquídeas

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É tempo de expor as orquídeas nordestinas. Depois do Carnaval, o calendário assinala exposições de Campina Grande, Natal e Recife. Um grande programa para os amantes das orquídeas de todo o Nordeste. Confira o roteiro: 

Em Campina Grande, realizam-se, paralelamente, a IV Exposição de Orquídeas e o III Festival de Labiatas. Será de 27 de fevereiro a 1º de março, no Shopping Maria Luíza. A promoção é da ACOR – Associação Campinense dos Orquidófilos Reunidos.

Em Natal, o Círculo Potiguar de Orquidofilia – CPO anuncia para os dias 13, 14 e 15 de março sua XVI Exposição de Orquídeas. O local: Bosque das Mangueiras, na Av. Nascimento de Castro, bairro de Lagoa Nova.

No Recife, a Associação Orquidófila de Pernambuco – ASSOPE convida para sua 33ª Exposição, marcada para os dias 20, 21 e 22 de março, na sede da ASSOPE (bairro de Santo Amaro, em frente ao Hospital Oswaldo Cruz). Haverá cursos do cultivo da Cattleya e de iniciação ao cultivo de orquídeas.

Tanto na Capital pernambucana quanto em Campina Grande, a venda de plantas estará a cargo do Orquidário Flores do Lago.

O cansaço e a recompensa

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O II FestOrquídeas de Fortaleza, realizado entre os dias 14 e 16 de novembro, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, foi mais do que uma exposição de flores. Tornou-se aquilo que pretendia ser: uma celebração de amor à natureza. Quem visitou o Ateliê das Artes, naqueles dias, esteve, durante alguns momentos, contemplando expressões da mais pura beleza natural, obras de um Criador que excede, em capricho, qualquer produção do engenho humano.

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E por falar de orquídeas

Italo Gurgel (Jornalista, Presidente da ACEO)

Quem visitar o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, a partir das 16:00h desta sexta-feira e durante todo o final de semana, poderá surpreender-se com um espetáculo da natureza: as flores. Exposição promovida pela Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO) irá mostrar a enorme variedade de cores, tamanhos, formas, texturas e perfumes das orquídeas, numa estratégia para divulgar o cultivo dessas flores e sensibilizar para a questão da preservação do meio ambiente. Não por acaso, o II FestOrquídeas de Fortaleza se denomina “uma celebração de amor à natureza”.

A orquidofilia é um dos hobbies mais difundidos e com maior número de adeptos no mundo inteiro. No Brasil, são cerca de 200 associações reunindo profissionais liberais, aposentados, donas de casa, jovens e até crianças, pessoas que se empenham em aprender a cultivar algumas das 35 mil espécies, memorizar sua nomenclatura científica, estudar rudimentos da Botânica para melhor entender as plantas e lutar pela preservação dos ecossistemas onde as orquídeas ocorrem.

Movimentando US$ 20 bilhões por ano, a orquídea é um dos filões mais dinâmicos do comércio mundial de flores. No Brasil, cerca de 70 empresas exploram esse segmento, que já ocupa nove por cento de toda a área dedicada à floricultura em nosso país. O Ceará tem uma história para contar, quando se fala de orquídeas. Aqui floresce a Cattleya labiata, considerada por muitos a mais bela orquidácea brasileira, e em Fortaleza nasceu (em 1977) a primeira entidade orquidófila do Norte e Nordeste. Hoje, a ACEO reúne mais de 50 associados, que mantêm intensa programação de encontros, exposições, palestras e excursões. Um site e um boletim mensal divulgam essas atividades nacionalmente.

É pena que a própria C. labiata esteja ameaçada de extinção em seu habitat. Um dos motivos é a coleta criminosa da planta; outro – mais deletério ainda – é a derrubada da mata nativa que recobre as serras úmidas cearenses. Orquídeas guardam muito mais mensagens do que demonstra sua frágil aparência. Estariam elas nos pedindo socorro?

(Artigo publicado pelo jornal O POVO, de Fortaleza, em 14.11.2008)