5º FestOrquídeas: programação

Dia 18/11/2011 – Sexta-Feira

  • 08:00h às 13:00h – Recebimento das plantas
  • 14:00h às 16:00h – Julgamento
  • 14:00h – Oficina: Cultivo de orquídeas – Juliana Coelho
  • 15:00h – Oficina: Jardinagem e paisagismo – Júlio César
  • 16:00h às 22:00h – Visitação
  • 17:00h – Oficina: Cultivo de orquídeas – Marco Aurélio Duarte
  • 19:00h – Mesa redonda com a Chefe do Orquidário do IBAMA, Lou Menezes

Dia 19/11/2011 – Sábado

  • 09:00h às 22:00h – Visitação
  • 10:00h – Oficina: Cultivo de orquídeas – Michelle Canário
  • 11:00h – Oficina: Mini jardins – Dreide Araújo
  • 14:00h – Palestra: Pragas e doenças em orquídeas – Marcelo Vieira Nascimento
  • 15:00h – Oficina: Ikebana – Cleide Ribeiro
  • 17:00h – Oficina: Cultivo de orquídeas – Dário Sousa
  • 19:00h – Oficina: Cultivo de orquídeas – Prof. Roberto Jun Takane

Dia 20/11/2011 – Domingo

  • 09:00h às 20:00h – Visitação
  • 10:00h – Oficina: Cultivo de orquídeas para crianças – Yan Ferreira
  • 11:00h – Oficina: Bonsai – Oriel Carvalho
  • 14:00h – Oficina: Arranjos e ramalhetes de flores – Adrianise A.N. Oliveira
  • 15:00h – Oficina: Cultivo de orquídeas em cachepot – Gerson Paiva
  • 16:00h – Oficina: Adenium – Semeadura e poda – Vera Coelho
  • 17:00h – Oficina: Adenium – Trabalhando caudex e raízes – Juliana Coelho
  • 19:00h – Entrega de troféus
  • 20:00h – Encerramento

Em Fortaleza, as flores da consciência ambiental

Italo Gurgel (Jornalista, secretário da Associação Cearense de Orquidófilos)

Artigo publicado pelo jornal “O Povo”, edição de 15.11.2011

O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura abriga – a partir do dia 18 deste mês e até o dia 20 – um espetáculo de muitas cores, formas e perfumes. Pelo quinto ano consecutivo, entre obras de arte e variadas manifestações culturais, instala-se naquele nobre espaço uma exposição de orquídeas.

O cultivo de orquídeas é uma das atividades de lazer mais difundidas no planeta, atraindo homens e mulheres, crianças e idosos de todos os segmentos sociais. Ao contrário do que muitos imaginam, esta é uma planta rústica, fácil de ser cultivada, desde que observados alguns cuidados básicos.

Não é cara, não requer estufas ou quaisquer outros equipamentos especiais. E dá-se muito bem em nosso clima. A quase totalidade das flores que irão comparecer ao Dragão do Mar terão saído de orquidários da região de Fortaleza.

O Ceará já possuiu um rico patrimônio natural de orquidáceas, entre as quais se destacava a Cattleya labiata, uma das mais belas e cobiçadas. Lamentavelmente, essa riqueza evaporou-se. Durante anos, milhares de plantas foram surrupiadas de nossas serras para serem vendidas nas ruas da Capital ou levadas para o Centro-Sul. Se o navio atrasava, montanhas de labiatas apodreciam nos quintais dos “exportadores”.

Hoje, graças à atuação da Associação Cearense de Orquidófilos (Aceo), os “mateiros” predadores sumiram. Além de orquídeas, os associados aprenderam a cultivar uma consciência ecológica, que impõe respeito à natureza. Comprar orquídeas? Só se for de orquidário comercial, reproduzidas legalmente, em laboratório.

A ameaça que persiste, em nossos dias, é a derrubada da matas, geralmente para dar lugar aos bananais. Em breve, a continuar assim, as únicas orquídeas a sobreviver serão aquelas que se encontram nos orquidários.

Nesse sentido, os orquidófilos são aliados naturais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na missão de preservar o ambiente natural e suas riquezas. Daí o estranhamento que causou a Instrução Normativa nº 11, recentemente baixada por aquele órgão, impondo restrições e estabelecendo condutas impraticáveis.

Muitos cultivadores, sentindo-se acuados e confundidos com criminosos ambientais, já falam em abandonar o hobby. O que é lamentável. Cada orquídea a menos vai significar que o País estará mais pobre.

Cattleya labiata: a flor símbolo é espécie em extinção

A Cattleya labiata, orquídea cuja foto ilustra o cartaz do 5º FestOrquídeas de Fortaleza, é considerada espécie em extinção. Originária dos estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, a bela e perfumada flor teve sua população dizimada nos ambientes naturais onde ocorre (no Ceará, as serras de Maranguape, Uruburetama e Meruoca). Alvo de coleta predatória durante muitos anos, essa importante riqueza natural do nosso Estado tem agora como principal inimigo o desmatamento.

A Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO) faz uma defesa permanente da Cattleya labiata, estando todos os seus membros perfeitamente conscientizados no sentido de não adquirir plantas retiradas “do mato”. A ideia é reproduzir em laboratório esta e outras espécies cearenses e devolvê-las a seu ambiente natural, desde que se encontrem áreas protegidas.

O FestOrquídeas-2011 vai, mais uma vez, levantar a bandeira da preservação de nossos ambientes naturais, tendo eleito a labiata para ilustrar o cartaz da exposição. A foto selecionada (acima) é de autoria do orquidófilo catarinense Gilberto Dias Ferreira e foi escolhida por uma comissão julgadora especialmente formada.

Gilberto Ferreira (à esq.) e Italo Gurgel.

Ex-procurador e professor universitário aposentado, Gilberto reside em Joinville, onde hoje atua como advogado, especializado em Direito Tributário. Através do jornalista Italo Gurgel, a Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO) fez chegar a suas mãos a camisa oficial do evento e o agradecimento dos orquidófilos cearenses. A entrega foi feita, em Joinvile,  no cenário da 73ª Festa das Flores.

Paisagismo: um show à parte na Festa das Flores em Joinville

A 73ª Festa das Flores de Joinville incluiu uma série de jardins, com ideias para residências e espaços públicos. Era a 1ª Mostra de Paisagismo, destinada a revelar que todos podem ter um jardim, independente da área disponível (e também das condições financeiras). As empresas e profissionais participantes montaram diversas opções para inovar, dar vida e diferenciação aos jardins. Com isto, a Festa das Flores procurou estimular a inclusão do verde em pequenos espaços, como sacadas de apartamentos e áreas verticais, aproximando cada vez mais a natureza das pessoas.

As imagens falam melhor sobre o que foi mostrado, entre os dias 11 e 16 de novembro, no Expoville (clique nas fotos para ampliar).

Exposição em Joinville revela todo o poder das flores

Joinville, Santa Catarina… A própria cidade é um jardim. Os canteiros floridos, os gramados verdíssimos que se estendem diante das casas, tudo revela o amor dos joinvillenses pela natureza e o gosto pela jardinagem. É nesse cenário que, entre 11 e 16 de novembro, acontece a 73ª Festa das Flores de Joinville, um espetáculo de beleza rara, que tem como endereço o Complexo Expoville.

A Laelia purpurata está no centro da festa.

A festa começou com o concurso de rainha, seguindo-se dezenas de apresentações culturais, mostra de ikebanas, mercado de plantas, oficinas de cultivo, feira de artesanato, praça gastronômica, mostra de paisagismo, praça de lazer, parque de diversões, shows com grandes astros da música brasileira e muitas outras atrações. Não é por acaso que cerca de 200 mil pessoas eram aguardadas nos cinco dias do evento.

Laelia purpurata

Em diferentes áreas do imenso pavilhão, as amostras de paisagismo revelam-se excelentes panos-de-fundo para as fotos. Mas a grande atração da Festa das Flores são mesmo as orquídeas. Calculava-se em 5 mil as plantas expostas, destacando-se a presença dominante da Laelia purpurata, flor-símbolo de Santa Catarina, que compareceu com todas as suas variedades.

Laelia purpurata.

Segundo João Hellmann, diretor social da AJAO (Agremiação Joinvillense dos Amadores de Orquídeas), a purpurata foi a flor que deu origem à festa, ganhando com isso um significado especial. No total, 32 juízes se dividiram em sete grupos, especializados em diferentes categorias, a fim de apontar as melhores plantas em exposição.

Laelia purpurata.

Independentemente da avaliação técnica, visitantes de todas as idades se extasiavam com a beleza e variedade das flores. Diante delas, idosos e crianças manifestam o mesmo encantamento, externam as mesmas emoções. Ao ver suas expressões, se compreende melhor o slogan da Festa: “As flores têm poder”.

No Expoville, um mundo de orquídeas

Aqui, uma pequena amostra das orquídeas levadas à 73ª Festa das Flores de Joinville. Entre espécies e híbridos, eram cerca de 5 mil vasos atraindo – e encantando – os visitantes.

Paphiopedilum Saint Swithin.
Paphiopedilum.
Renanthera.
Brassavola flagellaris.
Vanda Gordon Dillon.
Cattleya granulosa.
Cattleya maxima.
Cattleya violacea.
Dendrobium agregatum.
Dendrobium Ratton Sunride.
Hoffmannseggella mileri.
Leptotes bicolor var. alba.
Miltonia Ananda Apple.
Oncidium.
Lc. Tropical Pointer.
Lc. Sheila Lauterbach.

Lc. Irene Finney.
Blc. Waikiki Gold.
Blc. Duringan.
Blc. Golden Butterfly.

Nova premiação homenageia o Prof. Pedro Ivo Braga

Um amigo e incentivador da ACEO.

A Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO) homenageia uma das grandes figuras da orquidofilia e da orquidologia brasileiras, atribuindo seu nome a uma nova premiação. Na quinta edição do FestOrquídeas de Fortaleza, instituiu-se o Troféu de Mérito Botânico Prof. Pedro Ivo Braga. O prêmio será concedido todos os anos, destinando-se àquela planta que, no entendimento da Comissão Julgadora, se destacar como a mais bem cultivada.

Pedro Ivo Braga, falecido em março do corrente ano, era professor titular da Universidade Federal do Amazonas e residia em Manaus. Amava Fortaleza, cidade que visitava com frequência, e “descobriu” a ACEO, tendo-se tornado seu primeiro Sócio Correspondente. Entusiasmado pela Associação, envergava com orgulho sua camisa e passou a divulgá-la por onde andava. Sempre que vinha à Capital cearnse, dava palestras para os orquidófilos locais.

Um dos troféus da exposição levará o nome do Prof. Pedro Ivo.

PERFIL – Pedro Ivo Soares Braga possuía graduação em História Natural pela Universidade Santa Úrsula (1973), Mestrado em Ciências Biológicas (Botânica) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1976) e Doutorado em Ciências Biológicas (Botânica) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1982). Tinha experiência na área de Botânica, com ênfase em Taxonomia – especialista na família Orchidaceae, Biologia Floral, Fitogeografia – Fitossociologia, Conservação Ambiental, Estudos de Impactos Ambientais, Recuperação de áreas degradadas.

Descreveu algumas espécies novas para a ciência, como Pleurothallis kerii; Neolehmannia pabstii; Catasetum kleberianum; Masdevallia osmariniana a qual foi transferida por Garay & Dunsterville para Dryadella. Também descreveu o híbrido natural X Brassacattleya rubyii, híbrido intergenérico entre a Cattleya eldorado e a Brassavola martiana. A Brassocattleya rubyii só tem um indivíduo conhecido e a planta é mantida viva, até hoje, em seu ambiente natural.