
A Diretoria da Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO) visitou a Deputada Marta Gonçalves, em seu gabinete na Assembleia Legislativa. Os diretores foram agradecer formalmente à Deputada pelo encaminhamento do projeto de lei que resultou na escolha da Cattleya labiata Lindl. como Flor Símbolo do Ceará. Os visitantes entregaram uma placa de agradecimento, assim como um diploma que torna aquela parlamentar Membro Honorário da Associação. Foi oferecido ainda um exemplar da C. labiata em meio a um belo arranjo floral.
Participaram da delegação da ACEO: a Presidente Emília Canário; a Vice-Presidente Michelle Canário; o diretor técnico, Ítalo Gurgel; e a tesoureira, Stella Rubio. A Sra. Deputada agradeceu a homenagem e, de imediato, se comprometeu em apoiar a ACEO, cuja agenda se harmoniza perfeitamente com as diretrizes do seu mandato.

Michelle, Ítalo, Stella e Emília (da dir. p/esq.) entregaram à Deputada Marta um Diploma de Membro Honorário da ACEO.
Por que uma orquídea?
Vários estados brasileiros possuem uma orquídea como flor-símbolo. É o caso do Amapá (Leptanthes suelipinii), Roraima (Cattleya jemanii), Rio Grande do Norte (Cattleya granulosa), Mato Grosso do Sul (Cattleya nobilior), Santa Catarina (Laelia purpurata). Isso decorre não só da beleza dessas flores, mas também de sua importância na natureza, onde elas assumem o papel de “denunciar” qualquer degradação que venha a ocorrer, alertando para que sejam tomadas as providências devidas. Onde existem orquídeas, o ambiente natural está preservado. Caso elas comecem a definhar e não mais florescer, é porque aquela área está sofrendo uma agressão.

Por que uma Cattleya labiata?
O Ceará é um dos poucos estados brasileiros onde ocorre a Cattleya labiata Lindl., considerada uma das mais belas orquídeas do Brasil, uma das mais estudadas e que já gerou importante bibliografia. Ela está presente nas serras de Maranguape, Uruburetama e Meruoca. Trata-se de uma das 104 orquídeas que ocorrem no território cearense, sendo a maior de todas e a única do gênero Cattleya. Representa, portanto, um tesouro botânico que temos em nossas serras úmidas e que precisa ser mais conhecido e protegido.
A C. labiata tem também grande interesse histórico. Levada do Nordeste brasileiro, no Século 19, para a Inglaterra, quando ela floriu ali, pela primeira vez, imediatamente encantou a todos e desatou uma febre de cultivo de orquídeas, primeiramente na Europa, depois no resto do mundo. Hoje, a orquidofilia é uma atividade de lazer difundida no mundo inteiro, gerando importante atividade comercial em alguns países. Quando foi descrita pelo botânico inglês John Lindley, em 1824 (o que representou seu batismo), ela inaugurou um novo gênero, o das Cattleyas, que hoje agrupa cerca de 100 espécies. Fica bem clara, portanto, a importância científica da C. labiata.
Cabe destacar que essa espécie se encontra hoje, oficialmente, ameaçada de extinção. No momento em que o Ceará adota a Cattleya labiata como sua Flor Símbolo, através da Lei nº 19.245, de autoria da Deputada Marta Gonçalves, o Estado passa a contar com uma espécie botânica valiosa e de grande simbologia para ser usada no esforço de preservação da natureza. Ao lutarmos pela preservação da C. labiata, estaremos defendendo todas as espécies vegetais e animais que habitam o mesmo ambiente e que, em nossas serras úmidas, que têm sofrido degradação constante.

Mitos e desinformação
Existe o mito de que o cultivo de orquídeas é difícil, que requer técnicas sofisticadas, e de que essas flores seriam muito caras, ficando ao alcance apenas das classes privilegiadas. Não há nada mais distante da verdade. As orquídeas são plantas rústicas, a maioria delas se adapta facilmente a novos ambientes e exigem apenas cuidados básicos, como qualquer planta de jardim. Além do mais, elas hoje são reproduzidas (legalmente), em grandes quantidades, através de técnicas de laboratório, razão pela qual são vendidas a preços acessíveis a todos. Tudo o mais que se diga a propósito das orquídeas resulta de pura desinformação.