I FestOrquídeas é sucesso de público

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Realizou-se, de 16 a 18 de novembro, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, o I FestOrquídeas de Fortaleza. Apresentada como “uma celebração de amor à natureza”, a exposição reuniu, além de cultivadores cearenses, representações de associações orquidófilas do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.

Foi extraordinário o sucesso de público nos três dias do evento, enriquecido por oficinas, palestras e uma exposição de telas inspiradas em orquídeas. Depois de maravilhar-se com as flores na exposição, o público visitante teve a possibilidade de adquirir plantas de alta qualidade no orquidário comercial instalado junto à exposição – o Flores do Lago, de Patos de Minas.

Presenças ilustres

O I FestOrquídeas reuniu figuras muito queridas e respeitadas, que se propuseram partilhar seus conhecimentos, enriquecendo a programação do evento. O Prof. Roberto Jun Takane, da Universidade Estadual do Pará e Faculdade Integral Cantareira (SP), ministrou o curso “Pragas e doenças nas orquídeas”e lançou livro sobre o cultivo de Phalaenopsis. Leonardo Freitas do Valle, José Francisco Vannucchi e Luiz Wilson Lima Verde compuseram a Comissão Julgadora, cumprindo também outras missões durante a exposição. Leonardo, presidente do Núcleo Orquidófilo Castello Branco (SP), conduziu o workshop que, na tarde de sábado, discutiu o papel das associações orquidófilas no Nordeste e, domingo, falou sobre a Cattleya labiata e suas variedades. Vannucchi, vice-presidente do Clube dos Amigos da Orquídea de Vinhedo-Valinhos (SP), expôs as regras de julgamento da American Orchid Society, palestra que aconteceu domingo pela manhã. Por sua vez, Lima Verde, da Universidade Federal do Ceará e diretor técnico-científico da ACEO, representou a “prata da casa” no grupo de juízes. Completou o naipe de personalidades do mundo orquidófilo, atuando no FestOrquídeas, o ex-presidente da ACEO Waldir Lima Leite. Ele ministrou oficina de cultivo de orquídeas.

Todos colaboraram

O I FestOrquídeas de Fortaleza foi uma obra coletiva. Todos os membros da ACEO colaboraram, de uma forma ou de outra, dentro de suas disponibilidades, para que a grande festa dos orquidófilos cearenses acontecesse. Mas, por merecimento, há um pequeno grupo que merece votos de louvor. Trata-se dos membros da Comissão Organizadora, que despendeu dezenas de horas de trabalho (e muitos tanques de combustível) cuidando dos preparativos da exposição. O grupo é integrado por Juliana Coelho (diretora da exposição), Vera Coelho, Marco Aurélio (encarregado da ambientação) e Emília Canário.

Apoios

Foi fundamental, para a realização do FestOrquídeas, a teia de apoiadores que se formou em torno do projeto. São eles (em ordem alfabética): Banco do Nordeste, Cameron Construtora, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Cetrede, Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura, MB Engenharia, Móveis Rustic, Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Semace e Universidade Federal do Ceará.

Premiação

É a seguinte a relação de plantas premiadas no I FestOrquídeas de Fortaleza:

MELHOR ESPÉCIE BRASILEIRA

1º lugar – Cattleya labiata – Proprietário: Italo Gurgel

2º lugar – Phragmipedium sargentianum – Proprietária: Sterpaula Sales Lucena Coutinho

3º lugar – Encyclia linearifolioides – Proprietário: Marco Aurélio

MELHOR HÍBRIDO DE CATTLEYA

1º lugar – Blc. Nobile’s Carnival – Proprietária: Vera Coelho

2º lugar – Blc. Castle Heritage x Lc. Amber Glow – Proprietária: Vera Coelho

3º lugar – Lc. Cuiseag Mankc – Proprietária: Vera Coelho

OUTROS HÍBRIDOS

1º lugar – Vanda x Ascocenda – Proprietária: Socorro Wytt

2º lugar – Dendrobium phalaenopsis – Proprietária: Vera Coelho

3º lugar – Oncidium Shary Baby – Proprietária: Vera Coelho

MELHOR CULTIVO

1º lugar – Dendrobium – Proprietária: Diva Diniz

2º lugar – Dendrobium – Proprietária: Vera Coelho

MELHOR ESPÉCIE BOTÂNICA

1º lugar – Epidendrum anceps – Proprietário: Espedito Vidal

2º lugar – Oncidium barbatum – Proprietário: Arilo Veras

3º lugar – Exadesmia sessilis – Proprietária: Sterpaula Sales Lucena Coutinho

PRÊMIO GERARDO CARVALHO (VOTO POPULAR)

Blc. Phu Lai – Proprietário: Arilo Veras

MENÇÃO ESPECIAL

Diva Diniz, pelo trabalho desenvolvido no cultivo e criação de novos híbridos.

O papel das associações orquidófilas do Nordeste

O workshop “O papel das associações orquidófilas do Nordeste” realizou-se no sábado, 17 de novembro, entre 16h e 18h, na Casa de José de Alencar, em Fortaleza (CE). Tendo como facilitador o Presidente do Núcleo Orquidófilo Castello Branco, de São Paulo, Leonardo Freitas do Valle (ex-Presidente da ASSOPE), o encontro informal, precedido de uma visita aos acervos reunidos no local onde nasceu o grande romancista cearense, integrou a programação do I FestOrquídeas de Fortaleza. Participaram representações do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, além de convidados especiais – o próprio Leonardo, o Vice-Presidente da CAO Vi-Va, José Francisco Vannucchi e sua esposa, Nina.

A discussão, sem caráter deliberativo, foi provocada para se buscar uma aproximação maior entre as entidades orquidófilas do Nordeste. Todos os presentes, representando ou não as respectivas associações, puderam pronunciar-se, o que resultou no exame de diversas questões comuns a essas entidades. Segue-se um repasse dos principais temas colocados pelos participantes, a partir de exposição introdutória feita por Leonardo do Valle:

  • Considerou-se extremamente válido que se estabeleça um calendário regional de exposições, evitando a superposição na data de realização desses eventos. O objetivo é fortalecer as exposições, possibilitando uma participação maior dos orquidófilos nordestinos em todas elas. Visite esse link para ver a atual distribuição desses eventos ao longo do ano.
  • Foi sugerida a criação de um calendário (bienal) de exposições no Nordeste, alternando-se sua realização entre as principais cidades da região.
  • Foi vivamente desaconselhada a criação de uma coordenação regional de entidades orquidófilas.
  • Comentou-se a necessidade de, à margem das exposições, se organizarem encontros, sobretudo entre os membros das diretorias de associações, a fim de fortalecer os laços entre si.
  • Considerou-se que é papel das associações nordestinas incentivar o estudo de plantas da região, assim como procurar reproduzi-las, criando, para tal, estruturas de laboratório.
  • Comentou-se que as entidades orquidófilas do Nordeste devem ir além da realização de exposições e envolver-se mais em questões de interesse social.
  • Considerou-se importante que se divulguem as iniciativas das associções, para lhes dar maior visibilidade e conquistar novos adeptos para a orquidofilia.
  • Denunciou-se a devastação de áreas ricas em orquidáceas (foi citado o caso da Cattleya granulosa), por conta da especulação imobiliária, o que acontece, na maioria das vezes, com a anuência ou omissão do poder público.
  • Solicitou-se à ACEO que divulgue o trabalho realizado pela entidade para salvar o que resta da mata nativa na serra de Uruburetama, um dos redutos da Cattleya labiata e de várias outras espécies no Ceará.
  • Lamentou-se a presença de “mateiros”, comercializando plantas retiradas de seu ambiente natural, nas proximidades das exposições realizadas em diversas cidades. Sugeriu-se que, em todas essas ocorrências, se procure acionar o Ibama para combater a ação criminosa.
  • Foi lembrado o trabalho desenvolvido pela APO, na Paraíba, de divulgação da orquidofilia junto aos jovens, em especial durante as Feiras de Ciências nas escolas.
  • Ressaltou-se a inexistência de rivalidades e o bom entrosamento que já ocorre entre associações de Natal, João Pessoa, Campina Grande e Recife, o que seria facilitado pela proximidade geográfica. Por outro lado, foi lembrado que a ACEO, no Ceará, tem como “vizinhos” mais próximos a SORN e a CPO, de Natal, a 550 km de distância.
  • Foi lembrada a necessidade de se oferecer apoio à AOSE (de Aracaju), entidade que tem grandes potencialidades e que poderá integrar-se, no futuro, ao calendário de exposições no Nordeste.
  • Foi ressaltada a mudança no próprio perfil das associações, que antes eram entidades fechadas, elitistas, e que hoje reúnem um público numeroso e muito heterogêneo.
  • Foi realçado o fato de que a orquidofilia vem sendo desmistificada como atividade elitista, tanto pela atuação das associações como pela própria mudança no mercado de plantas, que hoje são comercializadas a preços acessíveis, graças às modernas práticas de reprodução.

Agenda nordestina: o que acontece nas associações

A SORN, de Natal, entra em ritmo de sucessão. Toda a Diretoria será renovada, ao mesmo tempo em que se busca mais apoio, através de parcerias com órgãos públicos estaduais, para levar adiante um projeto que, com toda certeza, terá grande repercussão: trata-se do “Roteiro das Orquídeas do Rio Grande do Norte”.

Calendário de exposições

Distanciados geograficamente do Centro-Sul, onde se realizam freqüentemente grandes exposições de orquídeas, os orquidófilos nordestinos têm, nas próprias exposições regionais, uma excelente ocasião para mostrar suas melhores plantes, conhecer o que está sendo feito em outros Estados, intercambiar experiências e solidificar laços de amizade. São pelo menos dez eventos que podem ser prestigiados pelos cultivadores e que se distribuem por quase todos os meses do ano.

É o seguinte o calendário (provavelmente parcial) de exposições atualmente realizadas no Nordeste (a inclusão ou retirada de eventos desta lista pode ser feita a qualquer momento, a partir de comunicado por porte da Associação responsável):

  • Fevereiro: ACOR (Campina Grande)
  • Primeira quinzena de março: exposição da ASSOPE (Recife)
  • Primeira semana de maio: CPO (Natal)
  • Última semana de agosto: “Exposição de Aldeia” (Pernambuco)
  • Final de agosto e início de setembro: SORN (Natal)
  • Última semana de setembro: APO (João Pessoa)
  • Outubro: AOBAL (Maceió)
  • Segunda quinzena de outubro: mostra da ASSOPE (Recife)
  • Novembro: ACEO (Fortaleza)
  • Dezembro: “Exposição do Cabo de Santo Agostinho” (Pernambuco)

SOS Uruburetama

Na solenidade de abertura do I FestOrquídeas, dia 16, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE) lançou um vídeo que representa importante alerta para a questão do desmatamento na serra de Uruburetama, santuário da Cattleya labiata e de várias outras espécies de orquidáceas no Ceará. Numa série de depoimentos, pessoas ligadas ao mundo orquidófilo cearense falam da importância da labiata e revelam sua preocupação ante a degradação do ambiente natural naquela região serrana. Também são ouvidos mateiros que atuam no local.

O vídeo, produzido pela Eclipse Filmes, recebeu apoio do Governo do Estado do Ceará, através da SEMACE e do Conselho do Meio Ambiente, tendo a Associação Cearense de Orquidófilos colaborado em sua realização. A preservação do que resta da mata nativa em Uruburetama é uma demanda dos orquidófilos cearenses e de todos aqueles que amam a natureza.

Orquidófilos comemoram

Com uma animada reunião nesse sábado, dia 20, na casa do companheiro Italo Gurgel, antigos e novos membros da ACEO comemoraram os 30 anos da associação. A “surpresa” reservada para a festa foi a apresentação do site da entidade, um trabalho do jornalista e webdesigner Marco Antonio de Alencar, a quem o presidente Italo transmitiu efusivos agradecimentos – seja como amigo pessoal, seja institucionalmente.

O momento da confraternização foi aproveitado, de início, para informes sobre o I FestOrquídeas, a se realizar em novembro, no Centro Dragão do Mar. Depois, houve a entrega de crachás aos novos associados (Emanuel Pires, Carlos Germano, Lísia Reis, Marco Aurélio, Emília Canário, Júlio César, Luíz Farias, Adelânia, Mário Sawatani, Terezinha Bessa, Vanessa Medeiros e Vera Falcão) repetindo-se uma formalidade que é sempre cumprida com muita satisfação pela Diretoria. Em seguida, cantou-se o “Parabéns prá ACEO”, ritual que teve direito a bolo e velinhas – estas, apagadas por dois companheiros da “velha guarda”: Lima Verde e Elmar Farias.

Apresentado o orquidofilos.com, deu-se início aos sorteios e bingos de plantas e outras prendas. A primeira delas, uma bela toalha artesanal, saiu para a jornalista Alicianne Gonçalves, do telejornal UFC TV.

Durante toda a festa, adornada pela presença dos vasos floridos trazidos pelos associados, funcionou um movimentado bazar, que arrecadou fundos para a exposição do próximo mês, comercializando peças artesanais doadas (ou produzidas) por membros da ACEO além de alguns insumos muito úteis para os orquidófilos, inclusive vasos de barro doados pelo Heitor. Outra “atividade” que transcorreu com enorme sucesso foi a dos comes-e-bebes, programa, aliás, muito apropriado para uma tarde de sábado.

Uma visita recebida com carinho foi a de Dona Carmen, proprietária da Pousada El Brujo, na paradisíaca Monte Verde (serra da Mantiqueira, Minas Gerais), que exibiu orgulhosa as fotos de suas orquídeas.

Italo Gurgel e Tereza Neuma se confessaram muito felizes em abrir as portas de seu apartamento para os companheiros orquidófilos.

Roberto Takane traz novas idéias

Roberto Jun Takane
Roberto Takane ministra curso de cultivo de orquídeas

Com 50 pessoas inscritas, realizou-se no último dia 28 de junho, no Cetrede (Centro de Treinamento e Desenvolvimento), em Fortaleza, o curso “Modernas técnicas no cultivo de orquídeas”, ministrado pelo Prof. Roberto Jun Takane, da Universidade Estadual do Pará, Faculdade Cantareira e Associação Água Viva Brasil. A iniciativa do curso foi das mais oportunas e o próprio sucesso de público traduziu o crescimento do interesse pelo cultivo de orquídeas no Ceará. Sua realização inseriu-se também entre os principais objetivos da ACEO, que é a promoção da orquidofilia e da orquidologia em nosso Estado.

O Prof. Takane, doutor em Agronomia pela Unesp, apresentou idéias novas – por vezes polêmicas – e alertou para algumas práticas danosas, que podem comprometer o sucesso de um orquidário doméstico ou comercial. Discorreu sobre diversos tipos de substatos, agregando informações sobre porosidade, qualidade química, pH, condutividade elétrica e outras características. Também falou sobre a necessidade de esterilização desse material e apresentou, em rápidas palavras, o bokashi, adubo biológico que utiliza, com grande sucesso, em seu orquidário.

No final, autografou o livro Cultivo de Orquídeas (LK Editora), assim como CDs dedicados ao mesmo tema, ao cultivo de bromélias e flores tropicais e ao bokashi. A ACEO examina a possibilidade de, até o final do ano, convidar o Prof. Takane para oferecer um novo curso em Fortaleza, enfocando questões que não puderam ser aprofundadas no último dia 28.

A Presidência da ACEO, em nome de todos os associados, externou agradecimento ao Diretor do Cetrede, Prof. Francisco de Assis Melo, que não apenas cedeu espaço e equipamentos para viabilizar o curso, mas ainda ofereceu aos participantes um simpático coffee-break.