As entrevistas da ACEO 04: René Rocha, um amante das orquídeas no coração das Minas Gerais

José René Rocha, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, na área de Ciências Biológicas, é um homem de muitas habilidades. Tem licenciatura em Educação Física, é micro-empresário, já foi músico profissional e pintor de aquarelas. Atualmente, dedica-se a escrever e a cultivar orquídeas. JRR foi o entrevistado da edição nº 6 do Boletim ACEO.

ACEO – É difícil conciliar educação e orquidofilia?

René Rocha – Não, atualmente, já que estou aposentado. Porém, para um professor atuante, fica realmente complicado, pois essas atividades exigem muita dedicação e tempo disponível.

ACEO- Quantas horas reserva para suas orquídeas? Tem preferência por alguma?

R. Rocha – Cultivo no quintal de casa; o computador está quase dentro do orquidário. É nesse local que estudo e escrevo, leio e respondo meus e-mails. Faço diversos intervalos para espairecer em meio às orquídeas, quando as inspeciono e faço os tratos culturais. Adubo quinzenalmente. Preferências? Florida ou não, não importa. A emoção é quase a mesma, quer pela flor desabrochando, quer por um novo broto surgido. Curto de montão o trato e o manejo do dia a dia das minhas plantas, hoje perto de 650, com dois anos de recomeço. No antigo orquidário eram 2.500 plantas – tive que vendê-lo, em 1998, por causa de sérios problemas de saúde. Nunca consegui me especializar e, até hoje, tudo o que me cai na rede é… orquídea. Todas gostam de mim e poucas são as que vão embora. Deve ser pela boa hospedagem, paisagem, clima ou pelo bom papo! Um segredinho: não resisto, mesmo, é a uma microorquídea.

ACEO – Sei que está editando um livro. É sua primeira obra? Fale-nos sobre ela.

R. Rocha – Já paginei uma de poesias, Poezais de Minas, e outra de contos, O encantador de orquídeas. Porém é ao ABC descomplicado para orquidófilos que venho dedicando meu empenho, para que seja publicado primeiro. Pretendo uma obra que descomplique ao máximo os emaranhados, sobre todos os aspectos do dia a dia de um orquidófilo. Ensina manejo e tratos culturais, plantio, substratos, adubações, identificação, prevenção e combate a pragas e doenças e como construir um ambiente de orquidário apropriado. Além de nomenclatura, pronúcia e grafia dos nomes, identificação dos gêneros, espécies e híbridos. Os termos orquidófilos e botânicos, as palavras incomuns, o significado dos nomes gregos e latinos e de expressões estrangeiras estão no “Pesca-palavras”. Traz, ainda, dicas preciosas no “Orqui-idéias”. Terá um grande número de fichas de plantas (identificação, descrições e cultivos) e de fotos e imagens coloridas (onde já se viu livro sobre orquídeas, sem fotos?). Enfim, espero que seja de leitura amena, descomplicada, didática e bastante proveitosa a todo orquidófilo, em especial àquele iniciante.

ACEO – O maior problema de publicar um livro é encontrar patrocínio?

R. Rocha – No meu caso de aposentado, sim. Não dá para sacrificar as parcas economias, na aventura de publicar livros em nosso país. Infelizmente, o retorno é incerto, a distribuição difícil e o domínio de poucos – mercado fechado e complicado. Patrocínio é coisa praticamente descartada para qualquer escritor novo. Editores não costumam investir, a não ser que tenham retorno garantido e alto.

ACEO – Qual seu maior desafio na orquidofilia, na educação e como escritor?

R. Rocha- Na orquidofilia é a publicação de meus livros, o técnico e o de contos sobre orquídeas. Na educação, é que a escola infantil de minha esposa continue crescendo, ao ponto de poder retornar os investimentos. Como escritor, é publicar Poezais de Minas. Penso que poesia é desafio, em que o escritor consegue mostrar seu verdadeiro talento.

Nota da Redação: René Rocha esclarece que Poezais é um neologismo, uma palavra por ele criada, a partir da junção de poesias + cafezais. Expressa a idéia de “cafezais que produzem poesias”. Coisa de mineiro do Sul das Minas Gerais, segundo ele a maior região produtora de café e o melhor local para se cultivarem orquídeas.

René encerrou sua conversa com nossa tesoureira Vera enviando um “abraço mineiro e orquidófilo ao querido povo nordestino, um agradecimento e os votos de que a ACEO seja plena de realizações e sucessos”.

10 comentários em “As entrevistas da ACEO 04: René Rocha, um amante das orquídeas no coração das Minas Gerais”

  1. Olá, Professor sou admirador da beleza destas plantas e gostaria de saber como cultivá-las corretamente, estou começando agora o cultivo e tenho pouco recursos para me especializar, mas tenho grande desejo de aprimorar e preservá-las. Se puder me ajudar com informações me envie um e-mail

    Obrigado pela atenção, Leandro Faria

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  2. Leandro, não sei se o Prof. Italo já lhe respondeu. No momento está viajando e só chega no final de março. Convido-o a participar de nossas reuniões no terceiro sábado de cada mês, a partir das 15h, na Casa de José de Alencar, em Messejana.
    Cada gênero de orquídea tem seu segredo de cultivo. Sugiro começar a cultivar o gênero Cattleya, espécie labiata, porque é de nossa região e está adaptada ao nosso clima. Caso queira mais informações escreva-me: veracoelhov@gmail.com
    Vera Coelho

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  3. Prof. René, fico feliz quando leio entrevistas dadas pelos orquidófilos, pois em tempo real, ou seja, pessoalmente não tenho muitas oportunidades, somente conversei com um aqui de minha cidade, pois aqui não existe grandes centro orquidófilos. Parabéns pelo seu trabalho, meu micro orquidário tb é no quintaç de minha casa onde tenho 50 vasos, sei que é pouco, mas teve tempo em que queria sair comprando na internet, dai pensei, primeiro preciso saber cuidar das minhas e reverter o quadro delas estarem com tratamento deficiente pela minha pouca experiência, mas a três meses elas tem recebido, de minha parte tratamento vip. Troquei substrato, tenho quinzenalmente peters 20-20-20 (foliar). Com isso tenho visto os novos brotos, e pontos indicando o surgimento das astes florais das orquideas que florescem em outubro.
    Parabéns René.

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  4. estou lendo ABC e parabens, queria seber quais outro livros e onde encontrar para aprefeisoar sobre orquideas, metadologias avançadas e cientificas e qual melhor curso a vaser para atuar nesta area ja que não tem faculdade e orquideas que eu saiba, para dar qualidade nas informações e no cultivo.

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  5. Possuo umas lindinhas que me foram presenteadas, e acredito que foi retirado os nomes por acreditarem de ser palavrões.
    Gostaria que me indicassem como acessar a categoria fotos para que pudesse identificar as beldades tipo blc., Phalaenopsis, Denfal e Oncidium.
    Muito obrigado.
    Feliz ano de 2009
    Continuem com sucesso….. Parabéns.

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  6. Moro em RO, já entrei em contato com o senhor, queria saber do seu livro. Agradeço a atenção a mim dispensada. Hoje tenho em mãos uma mini orquidea, estou esperando ela florir para lhe enviar fotos, pois talvez já conhece a especie. Se ainda não a tiver catalogado gostaria de lhe enviar alguns exemplares, pois ela surge no periodo das chuvas e depois desaparece, na natureza. em casa não consegui cultivá-la. Por favor me diga como embalar para transporte. Ajude a salvar esta bela flor.!!!

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  7. Prof José René, eh um prazer contatá-lo!!! Tb sou professora universitária e concilio minhas atividades pedagógicas em três universidades com a paixão pelas orquídeas (a qual me acompanha desde os tempos de menina no interior do RS). Só que, minhas cerca de 150 orquídeas têm uma peculiaridade, estão fixadas nos muros internos da minha casa (por absoluta falta de espaço para construção de um orquidário) em vasos de cerâmica embaixo de um enorme João-Bolão (árvore bem comum aqui na zona sul de Porto Alegre). Os tratos culturais dão-se com a ajuda de uma escada e pulverizadores manuais, no entanto, não tenho como manter um controle acerca da unidade, o que tem trazido algumas doenças fúngicas e bacterianas, com, inclusive, perda de algumas espécies (podridão negra). Tenho tomado medidas preventivas (uso de fungicida e bactericida alternados) durante este período, mas pergunto como devo estabelecer uma rotina de tratos culturais num “orquidário a céu aberto” que enfatizem a prevenção de doenças? Grata pela atenção. Simone

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  8. olá bom dia! estou começando o cultivo de orquideas, gostarias de saber qual é o melhor fugicida para usar nas orquideas e quando usa-lo,
    desde já obrigada.

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